12. A Apostasia do Panteísmo

  

 

Em lugar dos refrigerantes aguaceiros da chuva serôdia preparando um povo para o retorno de Cristo, a virada do século introduziu uma das maiores quase-tragédias que a Igreja já defrontou. Somente a intervenção pessoal da humilde mensageira do Senhor salvou o bom navio de naufragar como se deu com o Titanic poucos anos antes.

O "iceberg" foi a sutil heresia do panteísmo por alguns dos líderes mais altamente respeitados do adven­tismo que foram tão surdos às advertências do perigo iminente quanto foi o capitão da malfadada embarcação da Cunard.

Quando pareceu a Ellen White que ninguém faria nada para resolver a crise trazida pelos ensinos heréti­cos do Dr. Kellogg, foi-lhe dado um sonho inspirado:

 

"Uma embarcação estava sobre as águas, num forte nevoeiro. Subitamente o vigia gritou, "iceberg bem à frente". Ali, aparecendo bem acima do navio, estava um gigantesco iceberg. Uma voz autoritária exclamou: "Vá-lhe ao encontro!" Não houve um momento para hesitação. Era ocasião para ação instantânea. O piloto apli­cou força total, e o homem ao leme manobrou o navio diretamente no rumo do iceberg. Com um forte impacto atingiu o gelo. Deu-se um tremendo choque, e o iceberg partiu-se em muitos pedaços, desabando com um som semelhante ao de trovão sobre o convés do navio. Os passageiros foram violentamente abalados pela força da co­lisão, mas nenhuma vida se perdeu. A embarcação ficou danificada, mas não além da possibilidade de reparo. Ela saiu-se do episódio, tremendo de popa a proa, como uma criatura vivente. A seguir avançou adiante em seu caminho." (Special Testimonies [Testemunhos especiais], Série B, 1904, no 2, pp. 55, 56).

 

O navio era a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A "voz" de autoridade era o testemunho de Jesus. O na­vio foi danificado, mas não além da possibilidade de reparo. Na seqüência da colisão três preciosos obreiros na Causa de Deus que eram especialmente queridos por Ellen White deixaram a sua posição--Jones, Waggoner e o Dr. Kellogg. Caso o iceberg tivesse sido visto antes e a embarcação fosse dirigida contornando-o, a Igreja teria evitado essa perda.

Vários fatores deste relato merecem especial atenção:

(1) Muitos de nossos ministros e médicos não puderam discernir a natureza da crise panteística quando ela se manifestou sobre eles. Estavam como numa neblina. Sentimentos panteísticos eram a coisa da "moda", o símbolo chique da teologia progressista. Havia uma enfeitiçante beleza a respeito dela. As idéias elevadas desfru­tavam de ampla promoção, virtualmente sem protesto. "Que aqueles que temos julgado firmes na fé tenham dei­xado de discernir a influência mortífera e especiosa dessa ciência do mal deveria alarmar-nos como nada mais nos tem alarmado" (ibid., Série B, no 7, p. 37).

(2) A própria Ellen White pode não ter reconhecido o erro sutil sem discernimento incomum. Não obs­tante, ela esperava que os seus irmãos e irmãs também estivessem em íntimo contacto com o Espírito Santo a pon­to de serem capazes de discerni-lo:

 

"Este é um tempo  em  que  o poder enganador de Satanás deve ser exercido, não somente sobre as men­tes daqueles que são jovens e inexperientes, mas sobre a mente de homens e mulheres de maior amadurecimento e vasta experiência. Os homens em posições de responsabilidade estão em perigo de mudar de líder." (ibid., Série B, no 2, p. 48; 1904).

"Ouvi uma voz dizendo: "Onde estão os vigias que deveriam permanecer sobre os muros de Sião? Estão adormecidos? Esse fundamento foi edificado pelo Obreiro Mestre, e resistirá à temporais e tormentas. Permitirão que esse homem [Kellogg] apresente doutrinas que negam a experiência passada do povo de Deus? É chegado o tempo para ação decisiva." (ibid., p. 54).

 

Na verdade, para ser justo, a história coloca mais culpa na cegueira dos vigias responsáveis sobre os muros de Sião que deixaram de discernir o perigo, do que sobre o desorientado médico que ensinava a heresia.1  Apressamo-nos em condená-lo e regozijamo-nos no livramento propiciado pelo dom de profecia. Mas a lição é perturbadora: as repetidas advertências dadas desde 1888 falharam em despertar a maioria de nosso povo.

Assim, a crise panteísta revela a natureza arraigada da descrença pós-Mineápolis na prontidão com que muitos caíram em enganos cerca de uma década depois. Aqueles que defendem ter havido arrependimento para a cegueira de 1888 acham difícil explicar a subseqüente cegueira do panteísmo.

(3) Desafortunadamente, a prova do panteísmo não poderia ser a final. As repetidas advertências concer­nentes ao recebimento de 1888 devia ter habilitado nossos irmãos a dirigirem por sua própria iniciativa o bom navio com segurança através das perigosas águas do panteísmo. Mas uma intervenção pessoal e de emergência de Ellen White fez-se necessária, ou o navio teria naufragado.

Satanás deve, portanto, ter permissão de nos tentar novamente, desta vez quando o agente vivo não mais se fizer presente. Deve ser um teste supremo quanto a se alcançamos a maturidade ou se, como crianças, ainda carecemos da direção pessoal de uma governanta. Assim descobrimos que a crise panteísta foi somente um "alfa" e uma provação "ômega" deve seguir-se. Pode estar mais próxima agora do que pensamos:

 

"Nosso povo precisa compreender as razões de nossa fé e de nossas experiências passadas. Quão triste é que tantos deles aparentemente depositaram confiança ilimitada em homens que apresentam teorias tendentes a desarraigar nossas experiências passadas e remover os velhos marcos! Aqueles que podem tão facilmente ser le­vados por um falso espírito revelam que têm estado seguindo o capitão errado por algum tempo, há tanto tempo que não discernem que estão se desviando da fé, ou que não estão edificando sobre o verdadeiro fundamento. . .

"Alguns dos sentimentos agora expressos são o alfa de algumas das idéias mais fanáticas que poderiam ser apresentadas. Ensinamentos semelhantes àqueles que tivemos de defrontar logo após 1844 estão sendo ensina­dos por alguns que ocupam importantes posições na Obra de Deus." (Southern Watchman, 5 de abril de 1904).

"'Living Temple' [O templo vivo] contém o alfa dessas teorias. Eu sabia que o ômega seguir-se-ia pouco depois, e tremi por nosso povo." (Special Testimonies, Série B, no 2, p. 53).

"Não vos enganeis: muitos se desviarão da fé, dando ouvido a espíritos sedutores e doutrinas de demô­nios. Temos agora perante nós o alfa deste perigo. O ômega será de natureza extremamente surpreendente." (1SM 197; 1904).

"Seguir-se-á o ômega, e será recebido por aqueles que não estão dispostos a dar ouvidos à advertência que Deus tem dado." (ibid., p. 200; Special Testimonies, Série B, no 2, p. 50; 1904).

 

É interessante que não encontramos Ellen White expressando quaisquer advertências contra The Glad Tidings [As alegres novas] de E. J. Waggoner. Em 11 de abril de 1901, ele expressamente negou que suas idéias fossem de caráter panteísta. (GCB 1901, p. 223). Teologia rebuscada pode sustê-lo nessa alegação. Seus sermões durante a assembléia de 1901 eram ardorosos e poderosos. Foi após isso que Ellen White recomendou que ele fos­se convidado a ensinar em Berrien Springs, pelo seu próprio benefício e o de seus estudantes. Ele precisava de comunhão mais íntima com irmãos capazes que havia conhecido quando estava virtualmente só na Grã-Bretanha.

Na edição de 29 de janeiro de 1982 da revista The Criterion [O critério] (L. L. U. -- Universidade de Loma Linda), o Dr. Jack Provonsha declara o seguinte de Kellogg, cujo panteísmo era muito mais pronunciado do que o de Waggonner: "Em termos do significado técnico de panteísmo, [Kellogg] não era um panteísta". Mas Ke­llogg estava errado em sua concepção da natureza de Deus. Ellen White aparentemente simpatizava com a moti­vação evangélica de Waggonner, e por essa razão pode ter-se abstido de criticá-lo. Ela discerniu que o rumo to­mado por Kellogg poderia destruir o fundamento espiritual da Igreja.

Essa crise foi permitida como um teste e prova para nossa fé e para servir de lição às gerações futuras:

 

"Deus tem permitido que a apresentação da conjugação do bem e do mal em "Living Temple" [Templo vivo] ocorra para revelar o perigo que nos ameaça. O trabalho que tem sido tão engenhosamente levado avante Ele permitiu a fim de que certos acontecimentos possam consumar-se, e que possa ser visto o que um homem pode fazer. . . Deus tem permitido que a atual crise abra os olhos daqueles que desejam conhecer a verdade. Ele dese­ja que Seu povo entenda a que extensão a sofisticação e perspicácia do inimigo pode conduzir." (ibid., no, p. 36).

 

Destarte, a crise do "Living Temple" não poderia assinalar o fim dos esforços de Satanás em desviar, cativar e confundir e transtornar o povo do Advento. O perigo de apostasia sutil e interior em nosso meio está ainda presente, mais assim do que nunca antes: "Uma coisa deve em breve ser reconhecida--a grande apostasia, que se está desenvolvendo e aumentando e tomando corpo, e continuará a fazê-lo até que o Senhor desça do céu com um clamor" (ibid., pp. 56, 57).

(4) As apresentações populares da história pós-1888 como uma grande vitória cancelam a lição objetiva inerente à apostasia de Kellogg. Aquilo que Deus permitiu para "revelar o perigo que nos ameaça"' a fim de que pudéssemos entender "a que extensão a sofisticação e perspicácia do inimigo pode conduzir" é desfigurado como uma vitória para a sabedoria dos homens e evidência do cuidado aprovador e indulgente de Deus. O ponto crucial da experiência é sepultado pela declaração de que o "ômega" foi um evento do passado distante:

 

"Há duas fases da luta--primeiro, os erros panteísticos, em segundo lugar, a questão da possessão e con­trole. O Espírito de Profecia chamou-os o alfa e ômega das questões. O panteísmo, a "doutrina de demônios", é chamado de Alfa, e do Φmega foi declarado tratar-se de eventos [sic] "de natureza bastante assustadora".

"Alguns têm alegado que o termo Φmega refere-se a alguma grande dificuldade futura ou apostasia e têm às vezes feito uma errônea aplicação dele a esse ou aquela ramo das operações  denominacionais. . . . Em anos passados, o entendimento desses termos era que o Alfa seriam os erros mencionados acima e o Φmega a divisão e rebelião que privaram a Igreja de sua instituição de saúde mais antiga. Essa foi deveras uma ocorrência assusta­dora que poucos esperavam. A longo prazo, porém, somente poucos dentre nossos membros nos deixaram." (L. H. Christian, The Fruitage of Spiritual Gifts [Os frutos dos dons espirituais], p. 292).

               

Se for verdade que a perda do Sanatório de Battle Creek foi o ômega, podemos descansar assegurados de que as maiores provas e perigos ao movimento adventista tiveram lugar oitenta anos atrás. Com todo o repertório de tentações especiosas de satanás já esgotado no passado remoto, não temos de nos preparar para nada especial no futuro.2

 

Onde Jaz a Verdade Sobre o "Ômega"?

 

Numa recente edição de Spectrum [Gama], Vol. 12,  no 2, o  Dr. Robert Jonhston reforça a idéia de Christian, citando D. E. Robinson como suporte. Contudo, não oferece evidência de Ellen White para o seu ponto de vista. Ela nunca, em tempo algum, na década logo posterior deu a entender que a perda da instituição de Battle Creek fosse o ômega. Ela nunca diz que se trata de "eventos". Johnston enfraquece o seu argumento admitindo que alfa e ômega são "partes de um contínuo simples e direto". Se assim for, a última deve ser de natureza idênti­ca à da primeira--não se tratando de "eventos", mas de "doutrinas de demônios" sutilmente mascaradas como pre­tensa verdade.

A idéia de que o ômega refere-se a um "evento" do passado parece contrária às declarações de Ellen White:

(1) Ela disse que "muitos se apartarão da fé" nessa experiência. Mas Christian declara que "somente uns poucos dentre nossos membros nos deixaram" quando perdemos o Sanatório de Battle Creek.

(2) Ela disse que o ômega seria um "perigo", o fim de um alfabeto de heresias mortíferas e doutrinas de demônios. Sendo do mesmo alfabeto, deve, então, tratar-se de heresias e ímpias doutrinas, somente mais agudas, mais sutis, e mais especiosas como o ômega por fim seguiu-se ao alfa. Como poderia a perda física de uma insti­tuição cumprir a profecia?

(3) Quando o ômega chegasse, ela disse, "tremi por nosso povo". Mas o grande Sanatório foi reconstruí­do com a expressa desaprovação de Ellen White; por que ela tremeria "por nosso povo" ante a perspectiva de perder aquilo que se tornara somente um ardil a eles e nunca deveria ter sido reconstruído em tão grande escala?

(4) O simbolismo do alfabeto requer um desenvolvimento de apostasia e confusão dentro da Igreja. O alfa é representado como se segue em seus escritos; o ômega deve necessariamente ser da mesma natureza:

 

"A apostasia, princípios errôneos, idéias brilhantes e luminosas, teorias e sofismas que solapam os prin­cípios fundamentais da fé, perversão da verdade, interpretações fantasiosas e espiritualísticas das Escrituras, o engano da injustiça, sementes de discórdia, de descrença, de infidelidade . . . semeiam falácias insidiosas, senti­mentos do inimigo, falsidades e fábulas agradáveis, infidelidade e ceticismo, uma multidão de enganos, um jugo de feitura humana, fábulas ardilosamente arquitetadas, uma mentira." (essas são expressões ao pé da letra tiradas de Special Testimonies [Testemunhos especiais], Série B, nos 2 e 7, concernentes ao alfa).

 

O grande conflito entre Cristo e Satanás ainda prossegue. Temos agora chegado ao "futuro" que é aqui referido:

 

"No futuro, a verdade será contrafeita por preceitos de homens. Teorias enganosas serão apresentadas. A falsa ciência é uma das agências que Satanás empregou nas cortes celestiais. . . .

"Não apresenteis teorias ou testes que não tenham fundamento na Bíblia. . . . "Está escrito" é o teste que deve ser apresentado a todos." (RH 21 de janeiro de 1904; Ev. 600, 601).

 

Por essas alturas, nosso inimigo deve ter adquirido habilidade extraordinária. É perturbador notar a sin­ceridade do Dr. Kellogg quando declarou que imaginava que estava ensinando as mesmas coisas que Ellen White ensinava. É por isso que muitos de nossos irmãos foram apanhados desprevenidos:

               

"A vereda da verdade jaz bem junto à do erro, e ambos os caminhos podem parecer um às mentes que não são movidas pelo Espírito Santo, e que, portanto, não se apressam em discernir a diferença entre a verdade e o erro. . . .

"Aqueles que estão a favor de promover ampla circulação [do livro The Living Temple] declararam: "Contém os mesmos sentimentos que a irmã White tem estado ensinando". Essa asserção atingiu diretamente o meu coração. Senti-o quebrantado. . . .

"Pode haver em meus escritos muitas declarações que, tiradas de seu contexto, e interpretadas segundo a mente do escritor do "Living Temple", pareçam estar em harmonia com os ensinos desse livro. Isso pode conce­der apoio aparente à declaração de que os sentimentos em "Living Temple" estão em harmonia com os meus es­critos." (Special Testimonies, Série B, no 2, pp. 7, 52, 53; cf. declarações de Ellen White que parecem aproxi­mar-se do panteísmo em 8T 255-261. Não há panteísmo ali, mas um leitor sem discernimento poderia pensar que há).

 

Quando quer que apareça o ômega, muito provavelmente reivindicará apoio do Espírito de Profecia, e "muitas" mentes sem discernimento concordarão. E é também possível que alguns dirigentes destacados e influen­tes promovam o engano. A verdadeira semelhança de caráter com Cristo conduzirá aqueles em união com Cristo a protestar. Quando o eu é crucificado com Cristo uma santa ousadia se faz possível:

 

"Quando os homens que se posicionam como líderes e instrutores trabalham sob o poder de idéias e so­fismas espiritualistas, nos manteremos silentes, por temor de prejudicar sua influência, enquanto almas estão sen­do enganadas? . . .

"Irão os homens em nossas instituições manter-se em silêncio, permitindo que falácias insidiosas sejam promulgadas, para arruinar almas?" (ibid., pp. 9, 13, 14).

 

Ellen White finalmente fala das provações ômega como uma experiência a dar-se após a sua morte:

 

"Estou encarregada de dizer ao nosso povo que alguns não reconhecem que o diabo tem ardil após ardil e que os leva a efeito em maneiras que não esperam. As agências de Satanás inventarão maneiras de transformar pecadores em santos. Digo-vos agora, que quando for posta em descanso, grandes mudanças terão lugar. Não sei quando serei levada, mas desejo advertir a todos contra os ardis do diabo. . . . Eles devem observar cada pecado concebível que Satanás tentará imortalizar." (Carta, Elmshaven, 24 de fevereiro de 1915).

 

Conclusão

 

A verdade genuína é sempre boa nova. Ellen White orava, segundo aqueles que às vezes a ouviam: "Senhor, mostra-me o pior de meu caso". É também uma oração salutar para orarmos: "Senhor, mostra-nos a verdade de nossa história, a verdade de nossa presente condição espiritual". A verdade de nossa história passada oferece incalculável esperança e confiança para o futuro, se apenas a reconhecermos pelo que é.

A Igreja remanescente, enfraquecida e débil como é, ainda é o supremo objeto de consideração do Se­nhor. Reconhecendo nossa pecaminosidade, nossa esperança está na misericórdia e imutável amor de Deus. O longo retardo da jornada que trouxemos sobre nós deve conduzir na plenitude do tempo ao Cristo que rejeitamos em nossa era de 1888. Em auto-conhecimento das fraquezas e arrependimento, nós O encontraremos. Não haverá auto-vindicação no processo.

Por outro lado, a esperança de Deus em nossa honestidade de coração. Ele próprio está em julgamento em nós, perante o universo. Ele aposta o Seu trono sobre a honestidade de Seu povo. Encontramos este refrige­rante apelo cristocêntrico no Bulletin da Associação Geral de 1893:

 

"Algo grandioso e decisivo deve ter lugar, e isso bem cedo. Se qualquer atraso houver, o caráter de Deus e Seu trono estarão comprometidos".

"Será possível estarmos a ponto de arriscar a honra do trono de Deus? Irmãos, pelo amor do Senhor, e pelo Seu trono, saiamos do caminho." (A. T. Jones, citando Ellen White, p. 73; Ellen White, por seu turno, to­mou por empréstimo tal pensamento de The Great Teacher [O grande mestre], de John Harris, 1836).

               

Poderia qualquer outro tipo de alto clamor, além do que se seguirá a nosso arrependimento, iluminar a terra com glória?

 

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1Ellen White desejava ajudar Kellogg e acreditava ser possível fazê-lo. Ele era "o médico do Senhor", e tinha se convertido integralmente na assembléia de Mineápolis, dissera ela (GCB, 1903, p. 86). Kellogg declarou: "Eu me teria alegrado de receber alguma crítica amigável oferecida de um modo que pudesse compreendê-lo antes que o livro [The Living Temple] tivesse saído." (Carta a W. C. White, 24 de dezembro de 1903). A oposição ministerial tanto à mensagem de 1888 quanto à mensagem da saúde tinha-o desestimulado (cf. EGW Carta K-18, 1892; K-86a, 1893). Kellogg declarou sobre sua juventude: "Quando eu vi os princípios de saúde, pareciam-me tão belos e coerentes que os aceitei de imediato. Então tive tal luta em bater-me por esses princípios que não amava quem quer que não amasse esses princípios. Alguns dos piores conflitos que a obra de saúde tem recebido tem sido de ministros de nossas Associações Gerais. Era uma grande provação para nossos auxiliares no sanatório ter os mi­nistros da Associação Geral freqüentando nossas mesas, e pedindo aos auxiliares, que não tinham provado carne por muito tempo, para levar-lhes algum frango cozido ou um bife. Chegamos a tal ponto que temíamos receber ali alguém da Associação Geral. . . . Finalmente senti-me tão temeroso de ver os ministros que me tornei suspeito deles; pois não sabia se poderia confiar neles ou não. . . . Sinto agora que posso confiar em ti, e tenho plena con­fiança em tua pessoa" (GCB 1903, p. 83). Ele mais tarde perdeu muito dessa confiança. Os males duplos de con­tínua indiferença ministerial tanto com relação à reforma de saúde e quanto à mensagem de 1888 teve muito a ver com a defecção de Kellogg. A fermentação espiritual em Battle Creek causada por oposição íntima à mensagem não poderia propiciar nutrimento para a alma de Kellogg.

2Desde os anos da década iniciada em 1920 tentativas têm sido empreendidas para atribuir como "ômega" essa ou aquela doutrina nova ou falsa. Alguns em nosso tempo têm-no visto na "nova teologia" reformacionista. Cada geração tem tido que defrontar um engano mais sofisticado. Ninguém pode dizer com certeza se temos já visto o fim, o Z, do alfabeto satânico de enganos. Contudo, podemos estar no estágio de X ou Y.