RESUMO DA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

 

                    A doutrina verdadeira da justificação pela fé e da justiça de Cristo, baseada na Bíblia e no Espírito de Profecia de Ellen G. White, A.T. Jones e E.J. Waggoner, tem os seguintes pontos essenciais:

                    1)O sacrifício de Cristo foi real e efetivo em favor de todo o mundo, tal que a única razão para que al­guém possa perder-se é escolher resistir a graça salvadora de Deus. Para os que finalmente forem salvos, foi Deus quem tomou a iniciativa; no caso dos perdidos, foram eles que tomaram a iniciativa. A salvação é pela fé; a con­denação é pela descrença.

                    2)Dessa forma o sacrifício de Cristo justificou legalmente "a todo o homem", e literalmente salvou o mundo da prematura destruição. Todos os homens devem mesmo a sua vida física a Jesus Cristo, quer creiam quer não creiam. Cada fatia de pão está estampada com a cruz de Cristo. Quando o pecador ouve e crê no puro evangelho, ele é justificado pela . Os perdidos deliberadamente negam a justificação que Cristo já efetivou por eles.

                    3)A justificação pela é assim muito mais do que uma declaração legal de absolvição; quando é aceita ela muda o coração pela ação do Espírito Santo. O pecador recebe agora a expiação, que é a reconciliação com Deus. Uma vez que é impossível ser verdadeiramente reconciliado com Deus sem ser reconciliado com a Sua san­ta lei, segue-se que a verdadeira justificação pela faz com que o crente se torne obediente a todos os mandamen­tos de Deus, inclusive às leis da saúde.

                    4)Esta obra maravilhosa é realizada através do ministério do novo concerto em que o Senhor realmente escreve Sua lei no coração do crente. A obediência é amada, e a nova motivação - glorificar e honrar a Cristo e levar a salvação aos outros - transcende o temor de perder-se ou a esperança da recompensa em ser salvo (essas motivações autocentradas são, como Paulo diz, estar sob a lei). A fé de Abraão, que implica completa submissão à vontade de Deus, habilita-nos a viver sob o novo concerto, enquanto multidões de cristãos vivem hoje sob o velho concerto porque o interesse centrado no eu é a sua motivação. O velho concerto foi a promessa do povo de ser fiel; sob o novo concerto a salvação vem por crermos nas promessas de Deus para nós, não por Lhe fazermos promessas.

                    5)O amor de Deus é ativo, não meramente passivo. Como o Bom Pastor, Cristo está ativamente buscan­do a ovelha perdida. A nossa salvação não depende de nossa busca do Salvador mas de nossa crença de que Ele está procurando por nós. Aqueles que finalmente estão perdidos continuam a resistir e desprezar a atração do amor de Jesus. Esta é a essência da descrença.

                    6)A fé verdadeira implica em inteira submissão e entrega de nossa vontade a Deus. Tendo essa fé genuí­na é fácil ser salvo. O pecado, embora seja a transgressão da lei de Deus, é um constante resistir à Sua graça. Uma vez que Cristo já pagou o castigo pelo pecado de todo o homem, a única razão por que finalmente alguém pode ser condenado é a contínua descrença, uma recusa de apreciar a redenção conseguida por Cristo na cruz e ministrada por Ele como Sumo Sacerdote no Santuário Celestial. O verdadeiro evangelho tira o véu dessa des­crença e conduz a um arrependimento efetivo, que prepara o crente para o retorno de Cristo. O orgulho, o louvor e a lisonja dos seres humanos são inconsistentes com a verdadeira fé em Cristo, mas são sinais seguros da des­crença predominante, mesmo dentro da igreja.

                    7)Para buscar a humanidade perdida, Jesus percorreu todo o caminho, tomando sobre Si e assumindo a natureza caída e pecaminosa do homem após a queda de Adão. Isto Ele fez para que pudesse ser tentado em todos os pontos como nós somos, embora não tivesse pecado e demonstrasse perfeita justiça "na semelhança da carne pecaminosa." Justiça é uma palavra que nunca se aplicou a Adão em seu estado não caído, nem aos anjos inocen­tes. Só pode significar uma santidade obtida por Cristo no

conflito com o pecado na carne humana caída, e triunfou

sobre ele. Assim, a mensagem da justiça de Cristo  está enraizada neste ponto de vista único da caída natureza humana de Cristo. Se Jesus tivesse tomado a natureza sem pecado de Adão antes da queda, o termo "justiça de Cristo" seria uma abstração sem significado. O ensino de que Cristo somente tomou a natureza inocente de Adão antes da queda é um legado do catolicismo e do protestantismo apóstatas, a insígnia do mistério da iniquidade que mantém Cristo muito distante e não "perto, à mão". Quem prega que Cristo não veio na carne humana caída é anticristo. I João 4: 3.

                    8)Dessa forma, nosso Salvador "condenou o pecado na carne" da humanidade caída. Isto significa que Ele declarou ilegal o pecado; o pecado se tornou desnecessário à luz de Seu ministério. É impossível ter a verda­deira fé de Cristo e continuar pecando. Não podemos excusar continuar pecando ao dizer que somos "apenas humanos" ou que "o diabo fez que eu pecasse". Ser verdadeiramente "humano" é ser como Cristo no caráter, pois Ele foi e é plenamente humano tanto quanto divino.

                    9)Segue-se que o único elemento de que o povo de Deus necessita a fim de se preparar para o retorno de Cristo é aquela genuína de Jesus Cristo. Mas isto é precisamente o que a igreja carece. Ela se imagina doutrina­riamente e experimentalmente "rica e aumentada em bens", quando de fato seu pecado básico é uma patética des­crença. Justiça é pela fé; é impossível ter fé e não demonstrar justiça na vida, porque a fé opera por amor e puri­fica a alma. Falhas morais e espirituais são o fruto de perpetuar hoje o pecado da descrença do antigo Israel atra­vés da confusão de uma falsa justiça pela fé.

                    10)A aceitação da justificação pela fé e da justiça de Cristo produz no crente profundo e genuíno arre­pendimento e envolve uma completa transformação da vida e do caráter. Ela tem por fruto a santificação, decor­rente de uma profunda comunhão com Jesus e Sua palavra. É uma mensagem de graça abundante, consistente com a purificação do Santuário Celestial, uma obra dependendo da limpeza completa do coração do povo de Deus na terra.

                    Resumindo os conceitos essenciais da mensagem da justiça de Cristo pela fé: a justificação legal e a efetividade dela que é pela fé; as gloriosas boas novas dos dois concertos; o imenso poder de Cristo para salvar do pecado contínuo;  Sua semelhança conosco em tomar nossa natureza pecaminosa caída, mas sem pecar; a iniciati­va do Espírito Santo em salvar o perdido; a iniciativa do Bom Pastor em buscar Sua ovelha perdida; a possibilida­de de vencer todo o pecado assim como Cristo venceu em nosso favor; a certeza de uma geração final refletindo a perfeição do caráter de Cristo; a relação prática da purificação do santuário celestial à da purificação dos corações humanos; a fé genuína leva à obediência voluntária a todos os mandamentos de Deus; a motivação de interesse pela glória e honra de Cristo e pela salvação dos outros, que transcende a busca auto centrada de recompensa e de evitar a punição; a realidade do perdido tomar a iniciativa para estar perdido; e a verdade de que o sacrifício de Cristo realizou muito mais do que uma mera provisão que nada faz a não ser que façamos alguma coisa - Ele deu o Seu sangue pelo mundo, assim o mundo deve sua vida presente a Jesus, a genuína fonte de amor e alegria. A mensagem da justificação pela fé e da justiça de Cristo reivindica o caráter puro, perfeito e amoroso de Deus pe­rante o universo, e deve chamar a atenção do mundo inteiro antes da volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cris­to. "Eis a paciência dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Apoc. 14: 12.