Entrevista com o pastor Maurício Lima, presidente da AES:
"Robson Ramos, Além de Desonesto, Imoral, Ele Suja..."

 

Sr. Editor do adventistas.com:

Houve uma solicitação sua, ao final do artigo “O EDESSA não será vendido...” para que fosse apurado se era mesmo verdade que a Receita Federal havia apreendido material contrabandeado para a Rádio Novo Tempo, de Vitória. Na época, informei que não tinha informações e achava improvável que fosse verdade. Mas há duas semanas, tive o privilégio de conversar pessoalmente com o pastor Maurício Lima, presidente da AES. Aliás, não foi bem um privilégio, foi bem triste.

Perguntei a ele sobre o fato, se era verdadeiro. Ele disse que “algumas peças que nós compramos foram paradas pela receita federal”, mas esclareceu que era coisa rotineira, nada de anormal.

Em seguida, perguntei sobre as manobras para a reeleição (no próximo mês haverá eleição para a presidência da AES, onde será escolhido um poderoso homem com H que será o novo "Guardião do Cadáver", isto é, o responsável pela guarda do caixão que existe na sala do presidente.) Ele respondeu que “se alguém quiser levantar e dizer que tem manobras, que tem campanha”, que faça, mas este não é o seu estilo. E depois argumentou que é pastor e que está à disposição da obra, não tem apego ao cargo.

Pode parecer estranho um presidente responder a tais perguntas, normalmente eles não se rebaixam a dar explicações aos leigos comuns. Mas nossa conversa tinha algo de especial. Na ocasião, eu era presidente da Associação dos Ex-alunos do EDESSA, e ele, como ex-aluno, veio criticar o meu trabalho. Fez críticas contundentes, algumas corretas e outras equivocadas.

Como ele, na condição de membro da Associação de ex-alunos, usou o direito de criticar o seu presidente, ficou em situação desconfortável quando lhe mostrei que ele achava correto criticar seu presidente, mas, quando ele era o presidente, aí não podia ser criticado. Para não entrar em contradição, ele mostrou que todo Guardião é muito homem  e resolveu seguir com a conversa. Quando não lhes é necessário provar a virilidade, em geral não me respondem, como no caso da carta onde pergunto o destino dos 300.000,00 reais que sumiram. (Falamos disso depois)

Expliquei a razão da minha pergunta sobre o material contrabandeado, disse que fora solicitação do editor do adventistas.com. Ao ouvir este nome, ele ficou bravo, e disse que Robson Ramos, “além de desonesto, imoral, ele suja... mas ele já não tem tanto crédito...”

Mas até aí a conversa seguia rumos esperados. Ninguém esperava que ele admitisse algum erro ou que gostasse do editor do adventistas.com. Mas em seguida tive que presenciar momentos deprimentes.

 

Humilhação

Vi o presidente da AES humilhar um membro leigo, desdenhar de sua fé. O coitado disse ao presidente que estava esperando há quase dois anos para ouvir uma palavra da igreja que pudesse recompor seu coração quebrantado, que muitas vezes, ao acordar, sentira o desejo de por fim à própria vida, tão grande tinha sido a decepção e a humilhação. Com os olhos cheios de lágrimas, contou ao presidente até detalhes de sua aflição familiar. E o presidente, com a voz tranqüila que lhe é própria, com o ar superior dos que têm as chaves dos céus, confirmou ao irmão leigo que ele estava, mesmo, condenado ao limbo onde vivem os mortos-vivos despejados no ralo da igreja. Admitiu que os administradores poderiam talvez ter errado, mas que estes não eram passíveis de punição, só os leigos podem ser punidos.

Pude ver então o sr. Presidente, pastor Maurício Lima, mentir. Muitas pessoas não gostam quando dizemos assim, “o pastor tal é mentiroso”. Elas acham que isso é falta de respeito, que o certo é falar “o pastor faltou com a verdade”, ou então, “o presidente não foi feliz em suas colocações”. Agora, quando é com o leigo e com o pobre, pode chamar de desonesto, imoral, sujo... Mas não importa o termo, o que vale é que as afirmações do nosso presidente estão muito distantes da realidade. E seus argumentos não se baseiam na razão, mas na Autoridade Divina dos Reis. Ele está certo, não porque esteja com a verdade ou argumente de forma razoável, mas porque tem a Autoridade. “Esta é a igreja que está decidindo. Vão dar conta a Deus de suas atitudes erradas”.

Eles não precisam explicar nada. Prestam conta apenas a Deus.

 

Desadministração

Nossa conversa foi longa. Falamos da tragédia sofrida pelo EDESSA na desadministração do pastor Küster. Ele admitiu que a administração “foi negativa”, mas quando perguntado especificamente sobre o ex-diretor, disse que não falaria sobre alguém que estava ausente. Nesta hora não me contive, e perguntei como, então, ele havia feito referências negativas ao Robson Ramos?

(Pausa para um minuto de suspense)

Ele demorou a responder, e acabou não respondendo, já era hora mesmo de mudar de assunto.

Falamos então sobre a “carta dos 300.000,00”. Ele disse que já havia lido a carta, e que, “a carta, realmente, não é boa de se ler, pelos termos que você coloca naquela carta”. Propus a ele que a carta fosse analisada por um juiz, ou por uma comissão de teólogos, para ver se havia algum erro. Ele contestou: “ninguém falou em erros. Falei em termos... digamos, pejorativos...”  Reclamei na hora. Pejorativos não, pastor. Não há nada de pejorativo. E em seguida lembrei a ele das mulas que ficaram por dois anos comendo capim da instituição sem pagar aluguel de pasto. E falei ao nosso presidente: “e isso é corrupção!”. Ele resolveu ficar mais amigável e disse: “A gente tem falhas, né Tales, temos falhas...”

 

Mula-rainha

Por causa destas mulas, ele havia criticado o nosso pequeno site da AEXAE. Considerando que esta carta já está ficando muito grande e maçante, peço permissão, com o objetivo de descansar os olhos dos leitores, para incluir aqui uma foto da mula principal, que só podia ser montada pelo superintendente gerente geral da fazenda:

Pois é, estes animais não eram do colégio, mas propriedade particular do irmão do tesoureiro da Associação. Eram animais tímidos, quando havia alguma auditoria ou encontro de ex-alunos eles sumiam, e assim que o tumulto passava, eles voltavam. Veja, sr. Robson, você denuncia em seu site meio mundo e quer agora questionar a Trindade, com razão eles lhe odeiam. Já no meu caso, eles têm muito mais raiva só porque tirei fotos da mula-rainha. Isto não é justo!

 

300 mil reais + 10 mil dólares + ...

Recebi a informação de um obreiro na ativa que a história do material contrabandeado é sim, bem verdadeira. Ele inclusive me disse nomes de pessoas que poderiam confirmar o fato.

Sr. Editor e leitores deste site. Não vou lá checar a informação. Por que? Porque não tenho tempo, não tenho livre trânsito por lá, e quero continuar acreditando que o pessoal da rádio não faria nada desonesto. Qual o interesse em se provar que a Associação fez uma transação não muito correta? Provar que os administradores não são 100% honestos?

(Vejam como já aprendi a usar uma linguagem mais bonita, minha conversa com o pastor Maurício serviu para alguma coisa.)

Mas para que? Depois do que fizeram com o EDESSA, depois dos 300.000,00 reais, o que são 10 mil dólares?

Pessoas que mentem, que humilham, que perseguem, que tramam... É preciso provar mais o quê?

Na última assembléia geral da AES, foi aprovado por esta assembléia que a AES iria fornecer um relatório financeiro trimestral pormenorizado das entradas e saídas. Onde está a transparência, pastor Maurício?

 

Alguém sabe?

Segundo ele, não é seu estilo fazer “armação” para se reeleger. Imagine se fosse! Pois, mesmo sem estilo, transferiram a quadrienal para Guarapari, o que dificultará bastante o acesso dos membros no norte do Estado. As decisões importantes serão tomadas na Segunda e na Terça, dia em que as pessoas normais, que não vivem às custas do dinheiro do contribuinte, precisam trabalhar. Na Revista Adventista de Outubro foram publicados diversos editais de Assembléias de outros campos. E os membros do Espírito Santo, serão notificados com os dois meses que os estatutos da AES exigem?

Como será o processo de escolha dos membros da comissão de nomeações? Alguém sabe?

Pois é, pastor Maurício, o sr. criticou o presidente da AEXAE por não fazer as coisas direito. O que ele fez? Pediu demissão. Naquele mesmo sábado, na assembléia; não devido às suas críticas, pois tal decisão já havia sido comunicada semanas antes em uma reunião oficial. Mas quando a gente vê que não está dando conta do recado, a gente sai, deixa outro com condições de fazer um trabalho melhor.

Uma de suas críticas foi que não convidamos conjuntos famosos, e por isso veio pouca gente, e isto não era bom para o colégio.

E tirar  a quadrienal do EDESSA, vai ajudar a escola? Qual a razão religiosa para se fazer uma quadrienal na praia?   Inspirar os irmãos com as saias longas das moças que tomam sol?

Há uma boa razão; liberar verbas para o acampamento, onde agora reina o irmão do Tesoureiro da Associação. (O dono das mulas). Vocês podem negar isto? Escrevam para cá! O Robson terá um imenso prazer de publicar sua defesa. Claro, vocês não vão se misturar com esse tipo de gente “desonesta, imoral e suja”. O pessoal da receita Federal é muito mais limpinho.

 

Sem palavra

Na penúltima assembléia geral da AEXAE, com o auditório cheio, questionei o destino dado aos 300.000,00 reais que sumiram do EDESSA. E o diretor da escola, na presença inclusive do presidente e tesoureiro da AES, garantiu que permitiria que fizéssemos uma auditoria independente para saber como o dinheiro evaporou. Mas pediu que isto fosse feito sem muito barulho e sem usar pessoas alheias à igreja, para não prejudicar a escola.

Ora, o tesoureiro da época em que o dinheiro desapareceu é o mesmo de agora. Pareceu-me a coisa mais sensata, para proteger a honra de todos, fazer uma carta particular a ele, perguntando o que aconteceu com o dinheiro.

Em uma reunião oficial da diretoria da AEXAE, perguntei a ele se responderia. Ele  disse que sim. Insisti, dizendo que alguns administradores não gostam de responder minhas cartas, mas ele deu sua palavra que o faria.

Escrevi a carta, e na reunião oficial seguinte, a entreguei. Voltei a perguntar se ele responderia, ele assinou uma cópia e garantiu que daria a resposta. Então, eu lhe dei a minha palavra, que a carta ficaria restrita a nós dois, e que, fosse qual fosse a sua resposta, mesmo que eu não gostasse, eu não daria publicidade a ela, para preservar suas informações. Repeti algumas vezes o compromisso: ninguém saberia o conteúdo da sua resposta, exceto se ele mentisse.

O prof. Adair, atual presidente da AEXAE, perguntou como eu saberia se ele estava mentindo. Eu disse que era fácil, era só confrontar sua resposta com fatos conhecidos.

E assim ficou combinado. Entreguei a carta, (uma cópia, por respeito, ao diretor geral do EDESSA na mesma reunião) ele deu sua palavra que responderia e eu dei minha palavra que não daria publicidade ao assunto. Para cumprir minha palavra, nenhum dos membros da diretoria da AEXAE, nem meus amigos e familiares receberam a minha carta.

Esperei. Esperei. Esperei...

Veio o encontro dos ex-alunos, e nenhuma resposta. Nada. Nem uma satisfação. Assim são tratados os que questionam. Com o mais profundo silêncio. Com a mais absoluta falta de consideração.

O sr. Francisco, tesoureiro, não cumpre sua palavra. Mas é amigo do tesoureiro da Associação e da União, não se preocupem com ele.

Esquecimento

O pastor Maurício, em nossa produtiva conversa, disse que já havia lido a minha carta. Vejam só. Eles não cumpriram sua parte no trato, e ainda, sem ética, passaram adiante a minha carta. E o sr. pastor presidente Maurício diz que ela não é boa de se ler.

Caso algum membro aqui da AES converse com o pastor Maurício sobre o que escrevi aqui, se ele negar, não quer dizer que esteja mentindo propositalmente. Pode ser apenas esquecimento. Neste caso, digam a ele que tenho uma fita que poderá ser útil para reativação da memória.

Quanto à carta, eu cumpri minha palavra. Mas já que eles não foram verdadeiros, me autorizam, conforme combinado na reunião, a mostrar a carta. Mas já escrevi muito por hoje, ler muito cansa e também acho que ninguém vai se interessar em ler uma carta que o pastor Maurício já disse que não é boa de se ler. -- Tales Fonseca

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