Resumo de Palestra Trinitariana do Prof. Alberto Timm - 2ª Parte

Ausência da trindade no Antigo Testamento:  Para o Dr. Timm, a trindade não aparece no Antigo Testamento devido a condição peculiar do povo de Deus entre as nações pagãs e a existência mesmo entre o povo de Israel, de um forte sentimento politeísta.  

Segundo o Dr. Timm, cercado por nações pagãs, o povo de Deus não poderia ser exposto a um conhecimento que pudesse fazê-lo se confundir em sua compreensão de Deus. Para o referido doutor, caso o povo de Israel fosse exposto ao conhecimento trinitariano, ele correria o risco de colocar  o deus triúno em uma concepção politeísta.  

Para impedir que o povo confundisse trindade com politeísmo, foi que Deus não revelou claramente aos Patriarcas o trinitarianismo.   

O Dr. Alberto Timm reconhece a carga politeísta no dogma trinitariano e que essa carga politeísta foi o motivo que, segundo ele, Deus não mostrou aos israelitas a Doutrina da Trindade.   

Acredito que se Deus quisesse dar ao mundo a idéia trinitariana, o momento mais oportuno foi quando os israelitas saíram do egito. Nesse momento, cheios de influência pagã, o povo de Deus não teria nenhum problema para aceitar a idéia de um deus em três pessoas.  

Se era para o povo crer em três pessoas divinas, possuidores individuais dos atributos da divindade, o momento certo era aquele  e, se Deus não aproveitou o momento, seu povo, os israelitas, nunca mais puderam crer em um deus triúno.  

Ao saírem do cativeiro babilônico, a idéia de um Deus único, a crença monoteísta já estava tão sedimentada que o povo de Israel até hoje não consegue acreditar em Deus como uma trindade.  Caso a o argumento do Dr. Timm seja verdadeiro, podemos seguramente afirmar que Deus, para com o povo de Israel, deixou passar o tempo oportuno.  

Sendo o Espírito Santo ao mesmo tempo espírito do Pai e do Filho, como Cristo poderia enviar a si mesmo? Essa pergunta foi feita pelo Dr. Timm aos presentes na palestra e teve como base o que o irmão Ricardo Nicotra escreveu em seu livro "Eu e o Pai somos um". Sem entrar no mérito dessa questão, se o Espírito Santo é ao mesmo tempo o espírito do Pai e do Filho, a pergunta do Dr. Timm pode ser feita com mais propriedade ainda, ao dogma trinitariano.   

Segundo os trinitarianos, Deus é "uma unidade de três pessoas coeternas". Então pergunto: Quando "Deus amou o mundo de tal que deu seu Filho Unigênito", o termo Deus que aparece em S. João 3:16 se refere ao Pai ou a trindade?   

Caso se refira a trindade, explique-me como é que Cristo, sendo uma das partes do deus triúno, pode ser Filho de si mesmo?  

Explique-me também como Cristo sendo parte do deus triúno, pode ser mediador entre nós e si mesmo, quando a Bíblia diz que "há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" ? Se for possível, também quero explicação para entender o que Jesus queria dizer quando  disse: "Vou para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus"? Será que ele queria dizer: "Vou para mim mesmo e eu mesmo sou meu Deus"? Acho que o Dr. Timm não anda refletindo no que diz.  

 

Ausência da palavra trindade na Bíblia: O douto palestrante afirmou que o fato da palavra trindade não aparecer na Bíblia, não é elemento suficiente para não aceitarmos a doutrina trinitariana. Concordo com o Dr. Timm. Ele disse que nós devemos procurar não a palavra, mas o conceito da palavra na Bíblia. Qual é o conceito da palavra trindade? O conceito da palavra trindade diz  que "Deus é uma unidade de três pessoas coeternas".

O Dr. Timm faria um imenso favor aos leigos se ele nos mostrasse onde na Bíblia existe um texto que traga esse conceito. Ele mandou os presentes procurarem o conceito na Bíblia, mas não indicou nenhuma passagem escriturística. Digo passagem que traga o conceito e não passagem que mencione o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são mencionados na Bíblia, todos nós sabemos. O que queremos é uma passagem  que esteja fazendo a união dos três e tornando-os um único Deus.  

 

Trindade e a doutrina do santuário: O douto teólogo afirmou que a negação da trindade tem implicações na doutrina do santuário. Ele só não explicou quais implicações. A única implicação que a negação da Doutrina da Trindade tem com a doutrina do santuário é que ao negarmos o dogma trinitariano, estamos preservando a integridade da doutrina do santuário.  

Todos sabemos que no santuário aconteceu a apresentação sacrifício de Cristo perante o Pai e que Cristo ministra hoje em nosso favor perante o Deus Todo-poderoso.

Se Deus é uma trindade, então Cristo faz mediação perante si mesmo. Se Deus é uma trindade, a lei que é também de Cristo é que foi transgredida e então Cristo é um mediador em causa própria. Se Deus é uma trindade, então Cristo está oferecendo seu sacrifício perante si mesmo. Se Deus é uma trindade, então o santuário é uma farsa e  o seu ritual  não passa  de encenação teatral.

Se Deus é uma trindade, então Cristo não é "o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" e muito menos "Deus amou o mundo do tal maneira que Deus seu Filho unigênito" para morrer pelos nossos pecados. Se Deus é uma trindade, então não existe Pai, não existe Filho e não existe amor. O que existe é apenas encenação.

Pensem nisso e procurem compreender a palestra do Dr. Timm nas entrelinhas. A verdade muitas vezes está nas entrelinhas daquilo que falamos e escrevemos. -- Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de vinte anos, excluído da igreja em 29/11/2003, por não crer na doutrina católica da trindade e falar contra ela.

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