Bode Azazel: Símbolo de Satanás ou de Cristo? (Parte 6)

 

VERSO 17:

Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. (ARA – grifos acrescentados).

 

AS DUAS UNÇÕES

De todas as cerimônias realizadas no Yom Kippur, duas merecem atenção especial, para que as outras possam ser compreendidas. A primeira é a unção (e/ou purificação) do sumo sacerdote (Lev. 16:4). A segunda é a expiação do Santuário: Lugar Santo, Lugar Santíssimo e o Altar de incenso (Êxodo 30:10). Esta segunda, corresponde, profeticamente a uma unção. Porque antes do sumo sacerdote iniciar o seu ministério no Santuário, bem como, também, antes de ser iniciada as atividades no Santuário, ele deveria ser ungido. Isso foi o que ocorreu com o Tabernáculo no deserto (Êxodo 40:1-16). Podemos entender, que os relatos do capítulo 8 de 1Reis, também correspondem a uma unção.

A primeira unção (e/ou purificação), a unção do sumo sacerdote (Lev. 16:4), corresponde ao batismo do Messias, no rio Jordão (Mat. 3:13-17; Mar. 1:9-11; Luc. 3:1-3, 21-22 e João 1:28-34).

A segunda unção (e/ou purificação), a unção do Santuário e de todos os móveis e utensílios, também, profeticamente, corresponde à unção do Santuário Celestial conforme está escrito em Hebreus 9:18-28.

Portanto, a profecia mais explicita, que trata das duas unções, é a profecia de Dan. 99:24, onde está escrito: “Para ungir o Santo dos Santos”. Como já foi dito, a primeira unção (e/ou purificação) diz respeito ao Messias (Luc. 4:18 e Atos 10:38). Enquanto a segunda unção (e/ou purificação) diz respeito ao Santuário Celestial (Heb. 9:18-28).

 

O SANTO DOS SANTOS - Parte 1

Porque estamos afirmando que, a expressão Santo dos Santos diz respeito tanto à unção (e/ou purificação) do Messias quanto ao Lugar Santíssimo do Santuário Celestial?

Em primeiro lugar, no que diz respeito ao Messias, podemos fundamentar essa afirmação nas seguintes passagens:

Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo”. (João 2:19-21 – ARA).

Em outros lugares está escrito:

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. (Luc. 4:18-19 – ARA).

“... Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele...”. (Atos 10:38 – cf. versos 37 e 39 – ARA).

No livro do profeta Isaías, assim está escrito:

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Is. 6:1-3 – ARA).

Sobre esse episódio do capítulo 06 (seis), do livro do profeta Isaías, o apóstolo João escreveu o seguinte:

Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito”. (João 12:41 – ARA).

No livro do profeta Daniel, assim está escrito:

Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?”. (Dan. 8:13 – cf. 4:13, 17 e 23).

“... Para ungir o Santo dos Santos”. (Dan. 9:24 – ARA).

No Novo Testamento, temos as seguintes afirmações:

Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mar. 1:24 – ARA – cf. Luc. 4:34).

Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”. (João 6:68-69).

Vós, porém, negastes o Santo e Justo e pedistes que vos concedessem um homicida”. (Atos 3:14 – cf. 1João 2:1).

E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. (1João 2:20 – ARA – cf. Apoc. 3:7).

Além do mais, sobre Arão e seus filhos também foi escrito:

Então, farás que Arão e seus filhos se cheguem à porta da tenda da congregação e os lavarás com água; depois, tomarás as vestes, e vestirás Arão da túnica, da sobrepeliz, da estola sacerdotal e do peitoral, e o cingirás com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal; pôr-lhe-ás a mitra na cabeça e sobre a mitra, a coroa sagrada. Então, tomarás o óleo da unção e lho derramarás sobre a cabeça; assim o ungirás. Farás, depois, que se cheguem os filhos de Arão, e os vestirás de túnicas, e os cingirás com o cinto, Arão e seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e consagrarás Arão e seus filhos”. (Êxodo 29:4-9 – ARA – cf. cap. 29; 40:12-15 e Lev. 16:4).

Sobre o Messias, assim foi escrito:

Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Mat. 3:16-17 – ARA – cf. Mat. 3:11-15; Mar. 1:9-11; Luc. 3:1-3, 21-22 e João 1:26-34).

Portanto, por essas passagens e outras, podemos afirmar que o Santo dos Santos, da profecia de Daniel 9:24, claramente, também é uma referência a unção do Messias como Sumo sacerdote.

 

O SANTO DOS SANTOS - Parte 2

Nesta parte, iremos apresentar os versos que fundamentam esta segunda interpretação à profecia de Daniel 9:24: “... Para ungir o Santo dos Santos”.

Sobre a unção do Tabernáculo, realizada por Moisés, e tudo o que nele havia, assim está escrito:

E tomarás o óleo da unção, e ungirás o tabernáculo e tudo o que nele está, e o consagrarás com todos os seus pertences; e será santo. Ungirás também o altar do holocausto e todos os seus utensílios e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo. Então, ungirás a bacia e o seu suporte e a consagrarás”. (Êxodo 40:9-11 – ARA - cf. cap. 40:16-38).

Sobre a unção do Tabernáculo, realizada pelo Messias, e tudo o que nele havia, assim está escrito:

Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue; porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo, dizendo: Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros. Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”. (Heb. 9:18 – 28 – ARA).

Aqui, portanto, no que diz respeito à profecia de Dan. 9:24, podemos afirmar que, também, trata-se da unção do Santuário celestial. No entanto, sobre a época (data ou tempo) – ou marco profético, no qual podemos fundamentar essa afirmativa, será apresentado na próxima parte, com as referidas referências do Texto Sagrado e do Espírito de Profecia. – josielteli@hotmail.com

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