Bode Azazel: Símbolo de Satanás ou de Cristo? (Parte 8)

 

 

VERSO 17:

Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. (ARA – grifos acrescentados).

Dando continuidade ao que começamos apresentar na parte anterior, sobre a expiação nas Festas judaicas; agora, abaixo, serão relacionadas às outras Festas que não foram apresentadas. Antes, será importante que se faça uma recapitulação de alguns pontos que foram destacados. Podemos dizer que, em todas as Festas existia o holocausto Tamîd - do sacrifício diário, até  a Festa dos Tabernáculos (a consumação das Festas). No entanto, acrescentava-se uma oferta pelo pecado, na Festa da Lua Nova (ou seja, a cada mês).

Na Festa da Páscoa (14 de Abibe/Nisã), encontramos apenas o cordeiro que além de lembrar a libertação da escravidão do Egito, também apontava, para a libertação da escravidão do pecado.

Na Festa dos Pães Asmos (do dia 15 até o dia 21 de Abibe/Nisã), era acrescentado o seguinte: “Um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós”. (Num. 28:22 – ARA).

Sobre as outras Festas, iremos apresentar, resumidamente, apenas o que foi adicionado a cada uma, no que diz respeito à expiação.

 

A EXPIAÇÃO NA FESTA DO PENTECOSTE

“... Segundo a vossa Festa das Semanas; nenhuma obra servil fareis. Então, oferecereis ao SENHOR por holocausto,em aroma agradável: dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano... e um bode, para fazer expiação por vós”. (Num. 28:26-27 e 30 – ARA).

 

A EXPIAÇÃO NA FESTA DAS TROMBETAS (NO 1º DIA DO SÉTIMO MÊS)

No primeiro dia do sétimo mês, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; ser-vos-á dia do sonido de trombetas. Então, por holocausto, de aroma agradável ao SENHOR, oferecereis um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós”. (Num. 29:1—2 e 5 – ARA).

 

A EXPIAÇÃO NA FESTA DO YOM KIPPUR

No dia dez do sétimo mês, tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; nenhuma obra fareis. Mas por holocausto, em aroma agradável ao SENHOR, oferecereis um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano; ser-vos-ão eles sem defeito. ... um bode, para oferta pelo pecado, além da oferta pelo pecado, para fazer expiação, e do holocausto continuo, e da sua oferta de manjares com as suas libações”. (Num. 29:7-8 e 10 – ARA).

 

A OFERTA PELO PECADO NA FESTA DOS TABERNÁCULOS

Aos quinze dias do sétimo mês, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; mas sete dias celebrareis festa ao SENHOR. Por holocausto em oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR, oferecereis treze novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano; serão eles sem defeito. ... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:12-13 e 16 – ARA).

No segundo dia, oferecereis doze novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:17 e 19 – ARA).

No terceiro dia, oferecereis onze novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:20 e 22 – ARA).

No quarto dia, oferecereis dez novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:23 e 25 – ARA).

No quinto dia, oferecereis nove novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:26 e 28 – ARA).

No sexto dia, oferecereis oito novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:29 e 31 – ARA).

No sétimo dia, oferecereis sete novilhos, dois carneiros catorze cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:32 e 34 – ARA).

No oitavo dia tereis reunião solene; nenhuma obra servil fareis;e por holocausto, em oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR, oferecereis um novilho, um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito... e um bode, para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação”. (Num. 29:35-36 e 38 – ARA).

Em Levítico 16:6 é declarado que o sumo sacerdote, com o novilho da oferta pelo pecado, faria expiação por ele. De igual modo, o bode da oferta pelo pecado também era utilizado para fazer expiação: do Santuário, da tenda da congregação, por ele (sumo sacerdote), pela  sua casa e por toda congregação de Israel e, também, pelo altar de incenso. (Lev. 16:15-19).

Como pudemos observar, nas Festas em que havia santa convocação, não se poderia fazer nenhuma obra servil. Na Festa dos Pães Asmos, havia duas santas convocações – Num. 28:18 e 25. Mas, na Festa do Yom Kippur, além da santa convocação, está escrito: “Nenhuma obra fareis”. (Num. 29:7 - ARA). Enquanto nas outras convocações, foi dito que nenhuma obra servil deveria ser feita, nesta diz claramente: “Nenhuma obra fareis”. O dia deveria ser dedicado ao jejum e a oração.

Um outro detalhe que já citamos, mas que vale apenas ser ressaltado novamente, é que em apenas duas Festas havia a participação direta relacionada aos sacrifícios que seriam oferecidos. Páscoa e Yom Kippur.

 

O SANTO DOS SANTOS, A OFERTA PELO PECADO E A EXPIAÇÃO

Como já foi apresentado, em primeiro lugar, declaramos que: o Messias é o Santo dos Santos, que foi ungido no ano 27/28 a. D., logo após ser batizado por João Batista, no rio Jordão (Luc. 4:18 e Atos 10:38). Em segundo lugar, Ele ungiu o Santo dos Santos, no ano 31/32 a. D. No dia em que ressurgiu dentre os mortos e ascendeu ao Céu, para entrar a presença de Seu Pai e receber dEle a aprovação de Seu sacrifício expiatório realizado na cruz do Calvário (João 20:15-18).

Jesus recusou receber a homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai ratificou o concerto feito com Cristo....”. (WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira,1997. p. 790.).

Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. (ARA – grifos acrescentados).

“... O Pai ratificou o concerto feito com Cristo, de que receberia os homens arrependidos e obedientes, e os amaria mesmo como ama a Seu Filho. Cristo devia completar Sua obra, e cumprir Sua promessa de que ‘o varão será mais precioso que o ouro, e o homem sê-lo-á mais que o ouro acrisolado’. Todo poder no Céu e na Terra foi dado ao Príncipe da Vida, e Ele voltou para Seus seguidores num mundo de pecado, a fim de lhes comunicar Seu poder e glória”. (Ibidem.).

Como podemos perceber, no ano 31/32 a. D., o Messias ofereceu-se a Si mesmo, como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Ofereceu-Se como a única oferta pelo pecado (que é aceita pelo Pai), para fazer expiação. Além do mais, na cruz do Calvário, Ele cumpriu a promessa de tornar-Se o holocausto Tamîd. Portanto, Dan. 9:24, cumpriu-se, não apenas no que diz respeito ao Santo dos Santos, mas também, quanto ao que diz: “Para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia”. Por isso, podemos dizer que, tudo teve cumprimento perfeito, do batismo a ascensão do Messias (quando no dia de sua ressurreição, subiu ao Pai, retornando em seguida para permanecer quarenta dias com os discípulos). Confira em Heb. 6:17-20; 9 em especial, dos versos:23-28 e 10:11-14 e 19-22.

 

AS CERIMÔNIAS DE LEVÍTICO 16 E O PARALELISMO COM A VIDA DO MESSIAS

Em Levítico 16:3, diz:

“Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para, para holocausto”.

João Batista, assim referiu-se ao Messias:

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”. “Eis o Cordeiro de Deus!”. (João 1:29 e 36 - ARA).

Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”. (Heb. 13:11-12 – ARA).

Em Levítico 16:4, está escrito:

Vestirá ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho, sobre a pele, cingir-se-á com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá”.

Em Mateus, assim está escrito:

Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Mat. 3:16-17 – ARA – Conferir. Mar. 1:9-11; Luc. 3:3:1-3 e 21-22 e João 1:32-34; e Sal. 133:2 “É como óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes”).

Em Levítico 16:11, está escrito:

“Arão fará chegar o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela sua casa; imolará o novilho da sua oferta pelo pecado”. (ARA).

O apóstolo João, na oração sacerdotal feita pelo Messias – o Sumo sacerdote, assim escreveu,:

E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. (João 17:19 – ARA).

Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”. (Heb. 13:11-12 – ARA).

“Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. (Heb. 10:14 – ARA).

“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que” por um espírito eterno “a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”. (Heb. 9:11-14 – ARA).

Portanto, de acordo com o que foi apresentado acima, percebemos claramente que na cruz do Calvário, o Messias ofereceu-Se como um sacrifício expiatório. E no dia da Sua ressurreição, apresentou-Se diante do Pai, no Santuário celestial, como o Sumo Sacerdote para interceder por Sua casa e por toda a raça humana. Veja, novamente, o que Ellen G. White afirmou:

Jesus recusou receber a homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai ratificou o concerto feito com Cristo....”. (WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira,1997. p. 790.)”.

Na próxima parte que iremos estudar, iremos analisar os outros versos de Levítico 16 (18-28). – josielteli@hotmail.com

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