Comentários da Lição 12 à Luz da Mensagem de 1888

Fé na Aliança, de 22 de março de 2003

Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo(Gálatas 6:14).

Por que se gloriar na cruz? Porque por meio dela o mundo não é crucificado, e nós somos o mundo. A epístola [aos gálatas] termina como começou, com a libertação deste “presente século mau”. Só a cruz cumpre essa libertação. A cruz é um símbolo de humilhação. Então, nos gloriamos nela.

 

Deus é revelado na cruz

“Não se gabe o sábio em sua sabedoria, nem de sua coragem o valente, nem o rico de sua riqueza” (Jeremias 9:23). Por que não deve gabar-se o sábio de sua sabedoria? Porque até onde sua sabedoria seja a sua própria, é tolice. “A sabedoria deste mundo é loucura para Deus” (I Coríntios 3:19). Nenhum homem tem sabedoria alguma na qual se gloriar. A sabedoria que Deus dá, leva à humildade, não para a vaidade.

Que diremos nós do poder? “Toda a carne é erva” (Isaías 40:6). “Certamente é vaidade completa todo o homem que vive” (Salmo 39:5). “Os homens são apenas um sopro, tanto o pobre como o rico. Se fossem pesados todos juntos na balança, pesariam menos que um sopro”. Mas “de Deus é o poder” (Salmo 62:9, 11).

Como para a riqueza, esperar nelas é “incerteza” (I Timóteo 6:17). “O homem labuta em vão; empilha riqueza, sem saber para quem” (Salmo 39:6). “Hás de pôr teus olhos na riqueza, que não são nada? Porque criaram asas de águias, e voarão ao céu” (Provérbios 23:5). Só em Cristo há riquezas inescrutáveis e eternas.

Então, o homem não tem absolutamente nada de que orgulhar-se. O que é do homem que carece de toda a riqueza, sabedoria e poder? Tudo aquilo que o homem é ou tem, vem do Senhor. É por isto para que “o que se gloria, glorie-se no Senhor” (I Coríntios 1:31).

Relacione o versículo anterior com Gálatas 6:14. O mesmo Espírito inspirou ambas as passagens, assim não podem estar em contradição mútua. Em um lugar lemos que temos que nos gloriar só no conhecimento do Senhor. No outro que não há nada que se gloriar, exceto na cruz de Cristo. Então, a conclusão é que na cruz de Cristo achamos o conhecimento de Deus. Conhecer a Deus é vida eterna (João 17:3), e não há nenhuma vida para o homem fora da cruz de Cristo. Vemos, pois, uma vez mais, que tudo aquilo que pode ser conhecido de Deus, está revelado na cruz. Fora da cruz não há conhecimento de Deus.

Isso nos mostra que a cruz é manifestada na criação inteira. O eterno poder e divindade de Deus, tudo quanto podemos conhecer dEle, se podem ver nas coisas que criou, e a cruz é o poder de Deus (I Coríntios 1:18). Deus gera forças a partir da fraqueza. Salva o homem por meio da morte, de forma que até os que morrem podem descansar na esperança. Nenhum homem é tão pobre, fraco e pecador, tão degradado e depreciado para não poder se gloriar na cruz. A cruz o toca justamente nessa situação em que está, pois é símbolo de vergonha e degradação. Revela o poder de Deus nele, e há nele motivo para glória eterna. - Ellet J. Waggoner, As Boas Novas: Gálatas, Versículo a Versículo, págs. 175 e 176

 

Graça ou Pecado?

Por Alonzo T. Jones

De onde vem a graça? -de Deus. “Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (I Coríntios 1:3; Filipenses 1:2; Colossenses 1:2; I Tessalonicenses 1:1). De onde procede o pecado? -do diabo, certamente. O pecado vem do diabo, porque o diabo peca desde o princípio (I João 3:8). Pois bem, está tão claro como dois e dois são quatro, que há tanto mais poder na graça que no pecado, como tanto mais poder há em Deus que no diabo. Fica igualmente claro que o reino da graça é o reino de Deus, e que o reino do pecado é o reino de Satanás. Não se torna igualmente óbvio que é tão fácil servir a Deus pelo poder de Deus, como era fácil servir a Satanás pelo poder deste?

A dificuldade está em que muitos tentam servir a Deus com o poder de Satanás. E isto é impossível. “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau” (Mateus 12:33). O homem não pode colher uvas dos espinhos, nem figos dos abrolhos (Mateus 7:16). A árvore deve se tornar boa, raiz e ramo. Tem que ser renovada. “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7). “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gálatas 6:15). Que ninguém pretenda servir a Deus com algo que não seja o poder vivo e real de Deus, que o faz uma nova criatura; com nada que não seja a graça superabundante [Romanos 5:20] que condena o pecado na carne [8:3], e que reina em justiça para a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor [5:21]. Então o serviço de Desus será verdadeiramente em “em novidade de vida” (Romanos 6:4); então o Seu jugo virá a ser “suave” em verdade, e o Seu fardo “leve” (Mateus 11:30). Então vocês se alegrarão “com gozo inefável e glorioso” (I Pedro 1:8) no Seu serviço.

Alguma vez Jesus achou que era difícil fazer o bem? Todos nós diremos rapidamente: ‘Não’. Mas, por quê? Ele foi tão humano como nós somos, tomou a mesma carne e sangue que nós. “E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós” (João 1:14). E o tipo de carne que “Se fez” foi precisamente o que existia neste mundo. “Convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos” (Hebreus 2:17). “Em tudo”! Não diz em quase tudo. Não há exceção. Foi feito em tudo como nós. Mas Ele mesmo, era tão fraco como nós somos, já que disse: “Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma” (João 5:30).

Então por que, sendo feito em tudo como nós, era tão fácil para Ele fazer o bem? Porque nunca confiou em Si mesmo, mas a Sua confiança foi sempre em Deus somente. Dependia inteiramente da graça de Deus [João 5:39]. Sempre buscou servir a Deus, somente com o poder de Deus [Mateus 26:39]. Portanto, o Pai morou nEle, e realizou as obras de justiça (João 14:10). Portanto, sempre foi fácil para Ele fazer o bem. Mas como Ele, assim somos nós neste mundo [I João 4:17]. Nos deixou um exemplo, para que possamos seguir os Seus passos [I Pedro 2:21]. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13), o mesmo que ocorreu com Ele. A Ele foi dado todo o poder no céu e na Terra [Mateus 28:18], e deseja que sejamos “sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior”, “segundo as riquezas da Sua glória” (Efésios 3:16). “NEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9) e Ele nos corrobora com poder pelo Seu Espírito no homem interior, para “que Cristo habite pela fé nos vossos corações”, “para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3:17 e 19).

Certo, Cristo participou da natureza humana, e assim nós faremos, se somos filhos da promessa, e não da carne; já que através das promessas somos “participantes da natureza divina” (II Pedro 1:4). Nada foi dado a Cristo neste mundo, e nada tinha, que você não possa obter gratuitamente.

Tudo isto tem como objetivo de que você possa andar em novidade de vida [Romanos 6:4], não mais servindo ao pecado [6:6]; para que seja servo unicamente da justiça [6:13]; para que possa ser liberto do pecado [6:18]; para que o pecado não tenha mais domínio sobre você [6:14]; para que possa glorificar a Deus na Terra [I Coríntios 6:20]; e para que possa ser semelhante a Jesus. Portanto, “a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo... Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:7, 13). E “vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (II Coríntios 6:1). - Lições sobre a Fé, págs. 83- 85.

 

Cristo, o Representante da Humanidade

A Escritura ensina claramente a natureza universal da morte substitutiva de Cristo. Pela “graça de Deus”, Ele experimentou a morte por todos (Hebreus 2:9). À semelhança de Adão, todos pecaram (Romanos 5:12), e em conseqüência todos devem provar a morte - a primeira morte. A morte que Cristo experimentou em favor de todos foi a Segunda morte - a plena maldição do pecado (Apocalipse 20:6). - Nisto Cremos, pág. 162. Recomendamos a leitura do capítulo 9 deste livro, págs. 152-167, para uma melhor compreensão do profundo significado da “vida, morte e ressurreição de Cristo”.

 

Demonstração de Infinito e Abnegado Amor

Por Ellen G. White

 

Até mesmo dúvidas assaltaram o agonizante Filho de Deus. Ele não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. Não havia uma luminosa esperança a apresentar-Lhe Sua saída vitoriosa do túmulo, e a aceitação do sacrifício que fazia, por parte de Seu Pai. O pecado do mundo, com toda a sua terribilidade, foi sentido até ao máximo pelo Filho de Deus. A aversão do Pai pelo pecado, e a pena deste, que é a morte, era tudo quanto

Ele podia divisar através desta espantosa treva. Foi tentado a temer que o pecado fosse tão ofensivo aos olhos de Seu Pai, que Ele não Se pudesse reconciliar com o Filho. A terrível tentação de que Seu Pai O houvesse abandonado para sempre, deu lugar àquele penetrante brado desprendido da cruz: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Mat. 27:46.

Cristo sentiu muito semelhantemente ao que os pecadores hão de sentir quando os cálices da ira de Deus forem derramados sobre eles. Negro desespero, como um manto, adensar-se-á em torno de suas almas culpadas, e então hão de avaliar na plenitude de sua extensão, a malignidade do pecado. A salvação lhes foi comprada pelo sofrimento e morte do Filho de Deus. Ela lhes pertenceria, caso a aceitassem voluntária e alegremente; ninguém, todavia, é obrigado a prestar obediência à lei de Deus. Se eles recusam o benefício celeste e preferem os prazeres e engano do pecado, têm sua escolha e, ao fim, recebem o salário que lhes pertence, que é a ira de Deus e a morte eterna. Ficarão para sempre separados da presença de Jesus, cujo sacrifício desprezaram. Terão perdido uma existência de felicidade, e sacrificado a glória eterna por um pouco de tempo dos prazeres do pecado.

A fé e a esperança vacilavam nas agonias de Cristo moribundo, pois Deus retirara a certeza que até então concedera a Seu amado Filho, de Sua aprovação e aceitação. O Redentor do mundo apoiou-Se então nas provas que até aí O haviam fortalecido, de que o Pai aceitava Seus labores, e estava satisfeito com Sua obra. Na agonia da morte, ao depor Ele a preciosa vida, tem de confiar unicamente pela fé nAquele a quem obedecer fora sempre Sua alegria. Não O animam claros, luminosos raios de esperança à direita ou à esquerda. Tudo se acha envolto em opressiva escuridão. Em meio da pavorosa treva experimentada pela compassiva natureza, sorve o Redentor o misterioso cálice até às fezes. Sendo-Lhe negada até a brilhante esperança e confiança no triunfo que obterá no futuro, clama Ele com grande voz: "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito." Luc. 23:46. ...

Quando os homens e mulheres puderem compreender mais plenamente a magnitude do grande sacrifício feito pela Majestade do Céu em morrer em lugar do homem, então será magnificado o plano da salvação, e as reflexões sobre o Calvário despertarão ternas, sagradas e vivas emoções na alma cristã. Terão no coração e nos lábios louvores a Deus e ao Cordeiro. Orgulho e egoísmo não podem florescer no coração que guarda vivas na memória as cenas do Calvário. De pouco valor se afigurará este mundo aos que apreciam o grande preço da redenção humana, o precioso sangue do querido Filho de Deus. Nem toda a riqueza do mundo é suficiente em valor para redimir uma alma a perecer. Quem poderá medir o amor experimentado por Cristo para com um mundo perdido, ao pender Ele da cruz, sofrendo pelas culpas dos pecadores? Este amor foi imenso, infinito. ...

Alguns têm visão limitada quanto à expiação. Pensam que Cristo sofreu apenas pequena parte da pena da lei de Deus; julgam que, ao passo que a ira de Deus foi experimentada por Seu querido Filho, Este tinha, através de todos os Seus dolorosos sofrimentos, a demonstração do amor de Seu Pai e de Sua aceitação; que as portas do sepulcro se achavam iluminadas diante dEle por vívida esperança, e que Ele tinha a constante demonstração de Sua futura glória. Eis um grande engano. A mais intensa angústia de Cristo era o senso do desagrado do Pai. Tão penosa foi Sua agonia mental por causa disto, que o homem não pode ter senão uma apagada concepção a esse respeito.

A história da condescendência, humilhação e sacrifício de nosso divino Senhor, não despertam em muitos nenhum interesse mais profundo, nem comovem a alma e afetam a vida mais do que o faz a história da morte dos mártires de Jesus. Muitos sofreram a morte por torturas lentas; outros a sofreram mediante crucifixão. Em verdade difere destas, a morte do querido Filho de Deus? É verdade que Ele morreu na cruz morte por demais cruel; todavia outros, por amor dEle, sofreram igualmente, no tocante à tortura física. Por que então foi o sofrimento de Cristo mais terrível do que o de outras pessoas que deram a vida por amor dEle? Consistissem os sofrimentos de Cristo apenas em dores físicas, e Sua morte não seria mais dolorosa do que a de alguns dos mártires.

O sofrimento físico, porém, não foi senão pequena parte da agonia do amado Filho de Deus. Os pecados do mundo achavam-se sobre Ele, bem como o senso da ira de Seu Pai enquanto Ele padecia o castigo da lei transgredida. Estas coisas é que Lhe esmagavam a alma divina. Foi o ocultar-se o semblante do Pai - um senso de que Seu próprio e amado Pai O havia abandonado - que Lhe trouxe desespero. A separação causada pelo pecado entre Deus e o homem foi plenamente avaliada e vivamente sentida pelo inocente e sofredor Homem do Calvário. Ele foi oprimido pelos poderes das trevas. Não tinha um único raio de luz a aclarar-Lhe o futuro. E estava lutando com o poder de Satanás, que declarava ter Cristo em suas mãos, que era superior em força ao Filho de Deus, que o Pai estava rejeitando o Filho e que Este não estava, mais que ele próprio, no favor de Deus. Se estava ainda no favor de Deus, por que necessitava Ele morrer? Deus O podia salvar da morte. ...

Nossa alma deve avivar-se, elevar-se e ser arrebatada com o tema do amor do Pai e do Filho do homem. Os seguidores de Cristo devem aprender aqui a refletir em certa medida aquele misterioso amor preparatório para a união com todos os remidos em tributar "ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro", "ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre". Apoc. 5:13. - Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 228-234

 

Contado como Transgressor

Por Ellen G. White

Sobre Cristo como nosso substituto e penhor, foi posta a iniqüidade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de que nos redimisse da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-Lhe sobre a alma. A ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniqüidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho. Toda a Sua vida anunciara Cristo ao mundo caído as boas novas da misericórdia do Pai, de Seu amor cheio de perdão. A salvação para o maior pecador, fora Seu tema. Mas agora, com o terrível peso de culpas que carrega, não pode ver a face reconciliadora do Pai. O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia, que Ele mal sentia a dor física.

Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada. Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do homem, que tão amargo tornou o cálice que sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus. - O Desejado de Todas as Nações, pág. 753.

 

Provando a Segunda Morte

Por Angel Manuel Rodríguez, Th D

 

Visto que identificamos a segunda morte com a ausência de ressurreição, como é possível que Cristo ressuscitasse após sofrer a segunda morte?

Não nos é possível compreender plenamente o que implica a segunda morte, visto que o único que passou por dela, regressando depois, é Jesus. No entanto, é um tema digno do maior interesse e esmero. Começaremos examinando as passagens onde aparece e expressão “segunda morte”, considerando depois a experiência de Jesus em Sua morte.

 

A “segunda morte” na Bíblia

A frase “segunda morte” aparece quatro vezes na Bíblia, no livro do Apocalipse (2:11; 20:6, 14; 21:8). Não figura em nenhum outro lugar. Mas estes poucos versículos revelam certas coisas de grande importância.

Primeiramente, é o instrumento de Deus para erradicar do universo o pecado, os pecadores, Satanás e a morte (Apocalipse 20:10, 14; 21:8). A segunda morte é fundamentalmente diferente da morte natural. O pecado e a morte entraram no mundo conjuntamente, e conjuntamente serão expulsas dele. A segunda morte é o salário final do pecado, e eliminação total e eterna dos poderes do mal e do pecado, da criação de Deus.

Em segundo lugar, a segunda morte é um processo que leva a vida pecaminosa a um final (Apocalipse 20:10, 14). Os pecadores se darão perfeita conta do fato de que estão atravessando esta experiência que os separará de Deus para sempre. Este processo culminará na inevitável e iniludível cessação da vida dos pecadores impenitentes. Só termina sua obra quando não fica absolutamente nenhum resto do pecador nem do pecado.

Em terceiro lugar, a segunda morte se caracteriza pela dor. Fere e aflige de maneira indescritível aos que a padeçam (Apocalipse 2:11). O Novo Testamento emprega o mesmo verbo para descrever o dano físico (Lucas 10:19) e o espiritual (Colossenses 3:25). No Apocalipse, é um sinônimo de tormento (Apocalipse 9:4, 5; 20:10). Os que estão debaixo do pleno controle do mal serão atormentados por ele (Mateus 8:29). Portanto, cabe deduzir que a segunda morte é experimentada com angústia ou agonia, tanto física como espiritual. Como uma dor imensa, indescritível.

Por último, a segunda morte é legalmente justa. Não tem poder o autoridade sobre os justos (Apocalipse 20:6), mas a tem sobre os ímpios. Não é expressão de uma suposta arbitrariedade divina, mas uma expressão de penalidade ou retribuição legal (Colossenses 3:25). Serve para revelar a justiça dos juízos de Deus (Apocalipse 19:1-3).

 

Jesus e a segunda morte

A experiência de Jesus ao atravessar a segunda morte inclui tudo o que foi dito, e muito mais.

Primeiramente, padeceu inexprimível dor física e emocional. Quando Jesus abordou o tema da cruz, “começou a entristecer-Se e a angustiar-Se muito”. Disse a Seus discípulos: “A Minha alma está cheia de tristeza até a morte” (Mateus 26:37, 38). A terminologia expressa um pesar, tristeza e angústia de tal magnitude que ameaçavam Sua existência. No Getsêmani a dor foi quase além do que um ser humano pode suportar, e o corpo de Cristo refletiu Sua agonia espiritual quando começou a transpirar como gotas de sangue que caíam no solo. Haveria morrido, se não fosse por um anjo enviado do céu para O fortalecer (Lucas 22:43, 44; Hebreus 5:7-9).

Em segundo lugar, Jesus experimentou a segunda morte porque era a justa penalidade pelos pecados do mundo. Levou os pecados da raça humana como seu substituto (Marcos 10:45). Nos aproximamos aqui dos limites deste mistério para nossa compreensão. Cristo experimentou a segunda morte assumindo a responsabilidade por nosso pecado, e recebendo sua penalidade (II Coríntios 5:21).

En terceiro lugar, Jesus experimentou a angústia de Sua separação do Pai da forma mais crua e real (Mateus 27:46). Fez frente à dor do abandono de Deus. A angústia de Sua alma tinha um componente espiritual porquanto era o Rejeitado. Isto é inquestionavelmente a segunda morte. No entanto, Jesus voltou à vida. Ressuscitou porque não havia nEle pecado, e o sepulcro não pôde retê-Lo. Para os crentes, a ressurreição de Cristo é uma expressão do amor de Deus. Para os ímpios, indo até sua eterna desaparição, também pode ser uma expressão deste mesmo amor. A segunda morte assinala a exterminação do pecado e da morte, no universo. Graças a Jesus, que pagou a penalidade por nosso pecado, nosso destino é a comunhão com Deus e com o Cordeiro pela eternidade, obtida mediante Sua morte e ressurreição, em favor dos que crêem nEle.

 

Alguns Pensamentos Importantes

A qualidade da nossa fé - A fé do patriarca Abrão, crendo na promessa de Deus de que teria um filho, apesar de toda a evidência física indicar que seria impossível aquela promessa. É o tipo de fé que percebe o próprio desamparo, o tipo de fé que requer uma rendição completa do ser, e o tipo de fé que exige uma submissão total ao Senhor, um tipo de fé que tem como resultado a obediência. Esta foi a fé imputada a Abrão "para justiça". - Adultos, terça-feira

Como somos declarados justos - A grande verdade: sermos declarados justos, não por algum ato que praticamos, mas pela fé no que Cristo fez por nós, é a essência da expressão "justiça pela fé" [ou melhor, "justificação pela fé", pois justiça comunicada é santificação]. Mas não é exatamente a fé que nos faz justos; ao contrário, a fé é o veículo pelo qual obtemos o dom da justiça. Esta é a beleza, o mistério e a glória do cristianismo. Tudo o que cremos como cristãos, como seguidores de Cristo, tem raiz neste maravilhoso conceito. Pela fé, somos considerados justos à vista de Deus. Tudo o que vem depois: obediência, santificação, santidade, desenvolvimento do caráter, amor, deve originar-se desta verdade crucial. - Adultos, quarta-feira

As promessas são nossas agora - Não temos que esperar a chegada da morte para ter segurança no Senhor. Toda a aliança é baseada nas promessas seguras de Deus agora, promessas para nós agora, e promessas que podem tornar melhor nossa vida agora. - Adultos, quinta-feira

Somente para a descendência espiritual - Essa promessa a Abraão era tanto para seus descendentes quanto para ele pessoalmente. E pelo código genético comunicado pelo Espírito da verdade, somos os verdadeiros e únicos herdeiros da promessa ao respondermos no mesmo espírito de entrega a Deus demonstrado por Abraão. - Jovens, terça-feira

Santificação também pela fé - "Então há ainda outra obra a ser realizada, e esta é de natureza progressiva. A alma deve ser santificada pela verdade. E isto também é realizado pela fé. Pois é somente pela graça de Cristo, a qual recebemos pela fé, que o caráter pode ser transformado." – Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 191

Toda fé genuína produz obediência - "A fé que justifica sempre produz primeiro verdadeiro arrependimento, e então boas obras, as quais constituem o fruto dessa fé. Não há fé para a salvação que não produza bom fruto." – Ibidem, pág. 195 - Adultos, sexta-feira.

 

Declarações Contraditórias 

O que é fé?

Um ensino muito comum é que a fé é um ‘salto no escuro’. Na verdade, é bem o contrário. É um passo para a luz, conforme Deus revela a luz. Pela fé Abraão ‘partiu sem saber aonde ia’. (Hebreus 11:8), mas sabendo muito bem que estava caminhando com Deus, que é a Luz." - Adultos, Comentário, III

Considero que minha fé seja como a descida do penhasco... Há muitas ocasiões em que precisamos ter fé em Deus e entrar no desconhecido. Esse pode ser o momento mais assustador de nossa vida. Por Sua graça, contudo, podemos continuar nossa jornada da vida e chegar até o Céu. Pela fé podemos pular do penhasco rumo ao desconhecido, e crer em Suas promessas. - Jovens, 16 de março

 

Como é obtida a vida no antigo concerto, ou seja, aquele criado pelos homens?

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, na antiga como na nova aliança, a salvação vem só pela fé. - Adultos, domingo

As condições do ‘velho concerto’ eram: Obedece e vive – ‘cumprindo-os [estatutos e juízos] o homem, viverá por eles’ (Ezeq. 20:11; Lev. 18:5); mas ‘maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei’. Deut. 27:26. - Jovens, 19 de março (cita Ellen White) domingo

Segundo cremos ser o ensino bíblico, a resposta correta da primeira questão é a exposta pela Lição dos Adultos; e a da segunda, a apresentada pela Lição Jovem.

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