Comentários da Lição 13, à Luz da Mensagem de 1888

Vida na Nova Aliança (29 de março de 2003)

E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro.” (I João 3:3).

 

O cristão é aquele que permanece em Cristo... A menos que a mente de Deus se converta na mente do homem, será inútil todo esforço para purificar-se a si mesmo, pois é impossível elevar o homem a menos que seja através de um conhecimento de Deus. Pode haver uma coberta da janela exterior, e os homens podem ser como eram os fariseus, a quem Cristo descreveu como “sepulcros caiados”, cheios de corrupção e de ossos de cadáveres [Mateus 23:27]. Mas todas as deformidades da alma estão presentes diante dAquele que julga com justiça, e a menos que a verdade seja implantada no coração, não pode dominar a vida. A limpeza exterior do cálice nunca poderá fazer com que o copo seja puro por dentro [versos 23 e 25]. Uma aceitação nominal, aparente da verdade é boa até onde possa chegar, e a capacidade de dar razão para a nossa fé é algo bom; mas se a verdade não penetra ainda mais profundamente, a alma nunca será salva. O coração deve ser purificado de toda contaminação moral - Ellen G. White, Carta 13, 1893.

 

Viver em Cristo

“Não há diferença” (Romanos 3:22; 10:12) é a nota tônica do evangelho. Todos são igualmente pecadores, e todos são salvos da mesma maneira. Quem buscasse fazer diferença em razão da nacionalidade – judia ou gentil –, poderia igualmente fazer com base no sexo – macho ou fêmea –, ou da condição social – amo ou escravo –, etc. Mas não há diferença. Todos os seres humanos são iguais perante Deus, sem importar a raça ou condição. “Sois um em Cristo Jesus” [Gálatas 3:28], e Um é Cristo. “Não diz: E às descendências, como falando de muitos, mas como de um só: E à tua descendência, que é Cristo” (verso 16). Não há mais que uma descendência, mas abrange a todos os que pertencem a Cristo.

Ser revestido de Cristo significa ser vestido “do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24). Aboliu na carne a inimizade, a mente carnal, “para criar em Si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (cap. 2:15). Ele é o autêntico Homem, “Jesus Cristo homem” [I Timóteo 2:5]. Fora dEle não existe verdadeira humanidade. Chegamos “a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13). Na plenitude dos tempos, Deus juntará todas as coisas em Cristo [cap. 1:10]. Não haverá mais que um único Homem, e apenas a Sua justiça, na medida em que o Descendente” seja um. “E se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme promessa” [Gálatas 3:29].

O “Descendente” é Cristo. Assim declara o texto. Mas Cristo não viveu para Si mesmo [Romanos 15:3]. Ganhou uma herança, não para Si, mas para Seus irmãos. O propósito de Deus é reunir em Cristo, “todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Efésios 1:10). Um dia porá um fim a todas as divisões, seja da classe que forem, e já o faz naqueles que O aceitam. Em Cristo não há distinções de nacionalidade, classe ou cor. O cristão pensa em qualquer um, - inglês, alemão, francês, russo, turco, chinês ou africano - simplesmente como uma pessoa, e portanto, como um possível herdeiro de Deus por meio de Cristo. Se aquela outra pessoa, da raça ou condição que seja, se torna cristão, os laços vêm a ser mútuos, e até ainda mais fortes. “Não há judeu nem grego; não há nem servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” [Gálatas 3:28].

Essa é a razão que torna impossível que um cristão vá a guerra. O cristão não conhece distinção de nacionalidade, reconhece a todo homem como seu irmão. A vida de Cristo é a sua vida, pois é um com Cristo. Será tão impossível entregar-se à luta, como o teria sido para Cristo o erguer a espada e lutar em Sua própria defesa, diante do ataque dos soldados romanos, assim, dois cristãos não podem lutar entre si mais do que Cristo pode lutar contra Si mesmo.

No entanto, a guerra não é agora o objeto de nosso estudo, e sim, mostrar a absoluta unidade dos crentes em Cristo. Realmente, eles são um. Apesar dos muitos milhões de crentes que existam, são um em Cristo. Cada um possui a sua própria individualidade, mas sempre é a manifestação de algum aspecto da individualidade de Cristo. O corpo humano tem muitos membros, e todos eles diferem em suas peculiaridades. Porém, observamos perfeita unidade e harmonia no corpo humano, em seu estado de saúde, e também nos que foram revestidos do “novo homem”, o qual, “se renova para o conhecimento, segundo a imagem dAquele que o criou; onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Colossenses 3:10 e 11) - Ellet J. Waggoner, As Boas Novas: Gálatas Versículo a Versículo, págs. 103 e 104 (sobre 3:28 e 29).

 

O Novo Concerto

Da mesma forma em que há dois concertos, também há duas cidades as quais estes pertencem. A Jerusalém “atual” pertence ao antigo concerto, do monte Sinai. Nunca será livre, mas será substituída pela Cidade de Deus, a Nova Jerusalém que descerá do céu (Apocalipse 3:12; 21:1-5). Esta é a cidade que Abraão desejava, “porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hebreus 11:10; ver Apocalipse 21:14, 19 e 20).

Há muitos que colocam grandes esperanças – todas as suas esperanças –, na Jerusalém atual. “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles” (II Coríntios 3:15). De fato, ainda esperam a salvação a partir do monte Sinai, e do antigo concerto. Mas não é ali que ela se encontra, “porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com um dardo. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo. Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o [sangue] de Abel” (Hebreus 12:18-24).

Aquele que espera as bênçãos a partir da Jerusalém atual, está dependendo do antigo concerto e do monte Sinai, que produzem a escravidão. Mas quem adora dirigindo-se à Nova Jerusalém, esperando as bênçãos somente dela, agarra-se ao novo concerto, ao monte Sião e a liberdade, pois “a Jerusalém que é de cima... é livre” [Gálatas 4:25]. É livre do quê? Do pecado; e uma vez que “é a mãe de todos nós”, nos gera novamente, de forma que somos libertados também do pecado. Livres da lei? Sim, certamente, pois a lei não condena os que estão em Cristo.

Por que o Senhor não levou o povo diretamente ao monte Sião, onde poderiam encontrar a lei como vida, em vez de os levar ao monte Sinai, onde a lei significou somente morte?

É uma pergunta muito lógica, e também a sua resposta é lógica: Foi por sua incredulidade [Hebreus 3:19]. Quando Deus tirou Israel do Egito, o Seu objetivo era levá-los diretamente ao monte Sião. Após terem cruzado o Mar Vermelho, entoaram um cântico inspirado, e um de seus versos dizia: “Tu, com a Tua beneficência, guiaste a este povo, que salvaste; com a Tua força o levaste à habitação da Tua santidade.” “Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da Tua herança, no lugar que Tu, ó Senhor, aparelhaste para a Tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as Tuas mãos estabeleceram” (Êxodo 15:13, 17).

Se houvessem continuado cantando, teriam chegado bastante próximo do monte Sião, pois “os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (Isaías 35:10). A travessia do Mar Vermelho confirmava isto (cap. 51:10 e 11). Mas logo esqueceram o Senhor, e em sua incredulidade se entregaram a murmuração. Por conseguinte, “[a lei] foi ordenada por causa das transgressões” (Gálatas 3:19). Foram eles – a sua incredulidade pecaminosa – que criou a necessidade de ir ao monte Sinai, em vez de ir ao monte Sião - Idem, págs. 125-128 (sobre 4:21-27).

 

O dom da fé

Agradeçamos ao Senhor por Seu trato conosco, ainda hoje, a fim de nos salvar de nossos enganos, de nossos perigos, de incorrer em cursos de ação incorretos, e por derramar sobre nós a chuva serôdia, a fim de que possamos ser transladados. Isso é o que a mensagem [de 1888] significa para mim e para vós: transladação. Irmãos, recebamos esta mensagem de todo coração, e agradeçamos a Deus por ela - Alonzo T. Jones, General Conference Bulletin, 1893, pág. 185.

O Senhor não pode nos guardar sem pecado quando não cremos nEle - Idem, pág. 207.

Recebemos a promessa do Espírito através da fé... É pela mente de Cristo que podemos compreender, investigar e revelar as coisas profundas de Deus que Ele trouxe à nossa compreensão, desdobrando-as completamente diante de nós. Isso é o que temos que ter, a fim de desfrutar da presença de Cristo, a fim de ter a justiça de Cristo, a fim de que possamos receber a chuva serôdia e proclamar o alto clamor - Idem, pág. 246.

O coração que mora plenamente em Cristo manifestará o maior fervor e ativo serviço para Ele. Nisso consiste a fé real e verdadeira. É a fé que lhes trará o derramamento da chuva serôdia... para nos preparar para o alto clamor e levar adiante a mensagem do terceiro anjo da única maneira em que é possível fazê-lo a partir desta Assembléia - Idem, pág. 302.

Como é sabido por todo estudioso deste tema, estas verdades de 1888 ainda não alcançaram a sua plenitude, tal como nos é dito que devem alcançar e alcançarão à medida em que entramos nesta nossa fase final de testemunho ao mundo. Virão a ser então de uma forma muito definida, o próprio centro de nossa apresentação final ao mundo. Os “movimentos finais” serão “rápidos”, cheios do Espírito, centralizados em Cristo, cheios da mensagem, movimentos repletos da justificação pela fé... As gloriosas verdades de 1888 triunfarão - LeRoy E. Froom, Moviment of Destiny, pág. 521.

Não permitais que vossa mente seja desviada do importantíssimo tema da justiça de Cristo pelo estudo de teorias - Ellen G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1892.

O grande centro de atração, Jesus Cristo, não deve ser deixado de fora da mensagem do terceiro anjo - Idem, 20 de março de 1894.

Isto, porém, eu sei, que nossas igrejas estão perecendo por falta de ensino sobre o assunto da justiça pela fé em Cristo, e verdades semelhantes - Obreiros Evangélicos, pág. 301.

Se mediante a graça de Cristo Seu povo se tornar novos odres, Ele os encherá com o novo vinho. Deus dará mais luz, e velhas verdades serão recuperadas e postas na moldura da verdade; e onde quer que forem os obreiros hão de triunfar. Como embaixadores de Cristo, cumpre-lhes investigar as Escrituras, procurar as verdades ocultas no pó do erro. E todo raio de luz recebido deve ser comunicado aos outros. Um só interesse predominará, um assunto absorverá todos os outros - CRISTO, JUSTIÇA NOSSA - Review and Herald, 23 de dezembro de 1890. -- Seleção: Matheus. E-mail: EvangelhoEterno@aol.com.

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