Políteista ou Triteísta Dá na Mesma!

A Divindade e a Diferença entre Trinitarianismo e Unitarianismo

 

Nós, unitarianos, podemos distinguir  nossa concepção de Deus da concepção trinitariana, considerando e relação entre Deus e ele mesmo, ou, sendo mais claro, entre ele e a divindade.  Segundo Nicola Abbagnano, em seu livro Dicionário de Filosofia,

“Na distinção ou na identificação entre Deus e a divindade estão as duas alternativas,  politeísmo ou monoteísmo. Se Deus se distingue da divindade, tem-se uma relação semelhante à que existe entre a humanidade e o homem, podendo haver muitos deuses, assim como há muitos homens. Se, porém, Deus é identificado com a divindade, há um só Deus, assim como há uma só divindade.” ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fonte, 2000 p. 258

Os homens distinguem-se da humanidade na medida que a humanidade é apenas um conceito que expressa a totalidade dos homens.  Humanidade é o conceito que identifica  o conjunto de todos os homens ao mesmo tempo que está separado dos mesmos. Se houvesse apenas um homem,  haveria a existência do homem mas não da humanidade. Tendo-se a percepção dessa realidade, percebe-se  que o homem está cindido em relação à humanidade. O homem pode existir sem a existência da humanidade (o caso de Adão). Por esse motivo, é possível apenas uma humanidade e bilhões de homens. O homem é a realidade, a humanidade apenas um conceito.

No caso de Deus, qual a relação deste com a divindade? A divindade é apenas um conceito ou uma realidade? Se for realidade, é realidade separada de Deus?  Para o pensamento trinitariano, a divindade só pode ser uma realidade e uma realidade separada das pessoas divinas. A divindade está separada das pessoas divinas, na medida em que os atributos divinos não são propriedade particular das pessoas  divinas ou expressão das próprias pessoas. Para os trinitarianos, a divindada ocorre de fora, vindo  em direção às pessoas divinas.

"A negação da Trindade advém primeiramente de um grande erro: conceituar pessoas divinas como se conceituam pessoas humanas. 'Em teologia , como em qualquer outra ciência, há necessidade absoluta de alguns termos técnicos. Quando dizemos que há três pessoas distintas na divindade, não queremos com isso, dizer que cada uma delas é tão separada da outra , como  um ser humano está separado de todos os demais. Embora se diga que se amam, se ouçam, orem um aos outros, enviem um aos outros, testifiquem uns dos outros, não são no entanto, independentes entre si; porque como já dissemos, auto-existência e independência são propriedades, não das pessoas individuais, mas do Deus Triúno.'" CHRISTIANINI, Arnaldo B. Radiografia do Jeovismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1975. p. 95 “

O falecido pastor Arnaldo Chrstianini afirmou usando pensamento de outro autor, que para as pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo, a divindade vem de fora, do Deus Triúno. Se a divindade não é propriedade das pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, essas pessoas estão separadas em relação à divindade que é propriedade do Deus Triúno. Essa maneira de pensar a divindade em relação às pessoas divinas, nos obrigam a algumas conclusões categóricas:

 

a – O Pai, o  Filho e o Espírito Santo não são Deuses, considerando que a divindade possuída pelos três, vem de fora, não lhes pertence. Assim, é possível a existência de tantos Deuses quantos o Deus Triúno achar conveniente, 

b – Existe um Deus, uma Divindade que é superior as três pessoas divinas. Essa Divindade só pode ser uma pessoa superior, pois os atributos divinos lhe são propriedades. Pertencem a pessoa da divindade, a onisciência, imortalidade, onipresença e onipotência. Como essa Divindade poderia não ser pessoa se a mesma  é onisciente? Como não ser pessoa tendo ela imortalidade? Como não ser pessoa, se é onipresente? Como não ser pessoa, se é onipotente?

c – Temos entâo não uma trindade, mas uma quaternidade: a Divindade, o Pai, O Filho e o Espírito Santo.

 

A DIVINDADE CINDIDA E AS IMPLICAÇÕES DA CISÃO

“Mas o que importa ressaltar é que a unidade divina só é considerada cindida quando, com distinção entre Deus e a divindade, se admite implícita ou explicitamente, que dela participam dois ou mais seres individualmente distintos.”  ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fonte, 2000 p. 259

Algum trinitariano ousa afirmar que as suas três pessoas divinas não são distintas entre si? Os trinitarianos por acaso não enfatizam sempre a distinção entre as pessoas divinas e a posse individual dos atributos divinos? Se são pessoas distintas, se cada uma delas posse individual dos atributos divinos, não são porventura três Deuses? Não está a divindade cindida pelo menos  em três partes?

Quando é que alguém deve ser considerado politeísta?

“Como vimos, devem ser consideradas politeistas todas as doutrinas que admitem de algum modo a distinção entre divindade e Deus, porque, para essas  doutrinas, a divindade pode ser compartilhada por um número indefinido de entes`.  ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fonte, 2000 p. 258. 

Os trinitarianos limitaram o número dos seus entes divinos, mas isso não os tornam menos politeístas do que qualquer pagão que acredita numa multiplicidade de deuses. -- Elpídio da Cruz Silva, adventista bereano do sétimo dia.

Série de artigos anti-trinitarianos do mesmo autor (Irmão Elpídio):

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