Proposta de Correções ao Texto da Lição 13 à Luz do Concerto Eterno

 

1. O comentário da edição do professor na parte de segunda-feira registra:

A fé, como a roda de uma carruagem, nos conduz para os portais da graça. Crer em Cristo significa crer que a morte de Cristo possui o poder de erradicar todo pecado passado. Isso é chamado de justificação pela fé. Crer em Cristo significa crer que o Paracleto (o Consolador cósmico), por intermédio do sacerdócio de Cristo, pode conceder graça onipresente para superarmos todas as deficiências de caráter. Isso é chamado de santificação pela fé. Crer em Cristo simplesmente significa confiar em Sua onisciência. Significa apoiar toda a personalidade na graça imaculada e transformadora da Ressurreição e da Vida. Sim, somos salvos pela graça, mas a fé é veículo que nos transporta para o ponto de encontro da graça. (grifos acrescentados)

Analisando as frases grifadas acima à luz do Concerto Eterno (1888):

Se a é a roda de uma carruagem, então a graça são os cavalos que fazem as rodas se movimentarem.

Conforme Efésios 2:8 a graça vem antes da fé: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”.

Não é a fé que conduz à graça, e sim a graça que conduz à fé.

Se a fé é o veículo que nos transporta para o ponto de encontro da graça, então a graça deixa de ser graça, e passa a ser uma conquista da fé pessoal de cada um. Mas se a fé é um dom de Deus, isto é verdadeiramente graça.

Não é a fé que conquista a graça, mas é a graça que nos conquista transformando-nos em pessoas de fé.

A fé que conquista a graça não tem nada que ver com a fé de Abraão que somente pode crer após a graça se manifestar em forma de promessa. A fé que conquista a graça é presunção espiritual a semelhança do que fez Caim, e não pode ser comparada a fé da Nova Aliança (ou Aliança Eterna) onde tanto o querer como o efetuar são operados por Deus (Fil.2:13), que é o Autor (inicializador) e Consumador de nossa fé (Heb.12:2).

“O que é justificação pela fé? - É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo não pode fazer.” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 63).

“Mas longe esteja de mim, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” Gal.6:14

 

2. Na parte de terça-feira a lição menciona que a dádiva de um novo coração é um “outro” benefício da Aliança:

Como algumas lições deste trimestre mostraram, a nova aliança é aquela em que Deus põe a lei em nosso coração. Não é só a lei que está lá, mas, de acordo com os textos de hoje, Cristo também está, e isso faz sentido, pois Cristo e Sua lei estão ligados muito de perto. Assim, com a lei de Cristo em nosso coração, e com Cristo habitando ali também (a palavra grega do texto acima traduzida ‘habitar’ também significa "instalar-se", dando a idéia de permanência), chegamos a outro grande benefício da aliança, que é um novo coração. (grifos acrescentados)

“Outro” não seria bem a palavra, pois a transformação do coração é a essência daquilo que Aliança Eterna pretende realizar.

A inimizade de Gen.3:15 é a obra sobrenatural do Espírito Santo no coração humano produzindo mediante a graça uma mudança de atitude para com Deus e criando uma capacidade, até então inexistente, para conhecer e amar a Deus. Com isto vem a libertação da culpa, a alegria, a vida eterna e todos os outros demais benefícios desta Aliança Eterna.

A essência da promessa de Deus (Sua Aliança) é dar-nos um novo coração (Salvação). Um novo coração significa um novo princípio de vida. O homem natural é governado por seu próprio “eu”, mas mediante a Promessa de Deus, que é a Sua Aliança Eterna, nos tornamos participantes da natureza divina (II Ped.1:4), e agora como novas criaturas em Cristo (II Cor.5:17) passamos a viver não mais por nós mesmos, mas Cristo é quem vive em nós (Gal.2:20).

Este novo princípio de vida significa uma radical mudança na motivação de nossas ações, que antes era o “eu” (obedecer por medo do castigo ou tendo em vista a recompensa), mas agora passa a ser o amor de Cristo que nos constrange (II Cor.5:14; Ef.3:17-19).

 

3. Ainda na terça-feira encontramos uma outra expressão da lição que causa um certo desconforto:

É nossa reação ao amor de Deus por nós, que transforma nosso coração e provoca amor aos outros. (grifos acrescentados)

Não seria melhor dizer que “é a reação que o amor de Cristo realiza em nós, que transforma nosso coração e provoca amor aos outros” ?

Alguns podem chegar a dizer que tal observação é como ficar “procurando pelo em ovo”, mas tendo em vista a pureza do evangelho que Paulo com tanta preocupação defendeu em Gálatas, precisamos ser igualmente cuidadosos para em nenhum momento darmos a entender algo que dê margens a um “outro evangelho” (Gal.1:6-8).

Quando dizemos que “é a nossa reação” ou que “é a nossa aceitação” que nos disponibiliza para a graça de Deus em nos transformar, estamos dando margem para um certo legalismo subliminar: “Eu reagi ao amor de Cristo” ; “Eu aceitei a Sua oferta de salvação”.

O foco da salvação que deveria estar única e exclusivamente na iniciativa de Deus, passa para nós mesmos, e é aí que reside o perigo: Se foi “eu que reagi” ou “eu que aceitei”, existem razões para me gloriar.

“Mas longe esteja de mim, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” Gal.6:14

“O que é justificação pela fé? - É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo não pode fazer.” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 63).

 

4. O texto base da lição de quinta-feira é Mat.28:19-20:

"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século"

A Promessa (Aliança) que resulta em novidade de vida (salvação) está aqui resumida:

“É a Minha presença convosco todos os dias até a consumação dos séculos que os habilita guardar todas as coisas que vos tenho mandado. Ensine isto aos outros”.

Este é o mesmo princípio exposto na introdução dos dez mandamentos (Exo.20:1-2):

“Porque Eu me proponho (promessa/Aliança) em ser o Teu Deus e te libertar da Sua escravidão, você então não...”.

"Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras." (Parábolas de Jesus, 333).

Cleiton Heredia, São Paulo, SP.

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