Ame Seu Pastor, Mas Não Seja Cúmplice Dele!

 

Apocalipse 18:1-4 diz que devemos sair de Babilônia para não sermos cúmplices de seus pecados. Muitas almas que evangelizei saíram do catolicismo através do uso deste texto, que expressa a linha de raciocínio divina. Explicava que a pessoa não podia apoiar aquela instituição, pois assim fazendo se tornava cúmplice dos seus pecados.

Quando alguém faz mal uso do meu apoio, mesmo contra a minha vontade sou seu cúmplice. Quando uma mãe adula demais seu filho e não o corrige, ela se torna cúmplice de suas más ações. Quando a polícia não repreende o malfeitor e não o coloca na cadeia, torna-se também cúmplice dos criminosos por omissão. Quando damos dinheiro para alguém gastar com cachaça, somos cúmplices de seu vício.

Não se dá o mesmo hoje em relação ao dízimo? Imagino que todos já estejam carecas de saber do uso indevido dos dízimos nas Associações. Todos já sabem dos hotéis 5 estrelas, dos R$ 6 a 8 mil reais por mês, que custa cada pastor para a Associação, devido a multidão de benefícios que eles votam sem o consentimento da Igreja, porque esta não participa da sua administração exceto os bajuladores... Mas todos falam a uma voz: “Eles darão conta a Deus!”

Que falta de amor aos pastores demonstram os adventistas ao pronunciarem estas palavras! Parece-me que já estão aguardando o juízo vingativo para os seus pastores. Não deveríamos socorrê-los e amá-los, avisando desta situação perigosa?

 

Os quatro Ts

Daremos conta a Deus dos quatro Ts: templo, talentos, tempo e tesouros. Não é isto o que nos ensinam? Se você estragar seu templo (corpo), quem irá dprestar conta a Deus? Se não usar os talentos, quem irá dar conta deles a Deus? Se desperdiçar seu tempo, quem irá dar conta dele a Deus? Você, você e você!

Agora pense, por que dos tesouros só eles prestarão contas? Digo-lhe, meu irmão, que não serão apenas eles, mas você também, pois se tornou cúmplice de seus pecados!

Em Belo Horizonte, o departamental de Jovens do ano 2000-2003 não fez praticamente nada para a . Em contrapartida, nos últimos dez anos Deus suscitou um grupo voluntário de jovens, denominado “O Grupo de Vigília”, que de 15 em 15 dias faz vigílias percorrendo BH, Minas e até outros estados. Esse grupo levou mais de uma centena de pessoas ao batismo, fortaleceu a fé de milhares, incentivou centenas de Igrejas, executou diversos passeios com ênfase espiritual... Enfim, fez a obra de Deus pelos Jovens, que o departamental não fez.

Admirado com tantas bênçãos e milagres ocorridos nestes encontros de poder, fui visitá-los. Ao fim, dei carona para o fundador do Grupo, um jovem muito consagrado, chamado Renato. Levei-o até sua casa. Ao chegar lá, pude vislumbrar um retrato esplêndido e triste ao mesmo tempo. Ele não tinha casa, morava com um irmão num barraco de uma favela, juntamente com outras 8 pessoas . Lembrei-me da Bíblia quando os discípulos perguntaram a Jesus onde ele morava: “Venham ver, as raposas têm seus covis, os pássaros têm seu ninho, mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”

Sabem, irmãos, é a obra de Deus que precisa de sua fidelidade, não a obra dos homens. Às vezes, um pescador é chamado, um favelado é chamado, e Deus começa a usar este irmão. Ele não tem curso teológico, não recebe nada da Associação, ele é um levita sem herança, mas é nitidamente usado por Deus. É ele que está de fato fazendo o trabalho, a obra de Deus. Então, irmãos, que devemos com justiça fazer?

 

Que diz a Bíblia?

Tem gente citando parágrafos escolhidos de EGW sem saber o que a Bíblia diz a respeito. A Bíblia coloca no Antigo Testamento que os dízimos pertencem ao levita, a viúva, ao estrangeiro e ao órfão. Leia com calma e atenção Deuteronômio 14. Diz ainda: “Maldito aquele que perverter o direito da viúva, do órfão e do estrangeiro!”

No Novo Testamento, a lei levítica foi suplantada por um sacerdócio superior, o de Cristo, e em Hebreus encontramos que o sacerdócio de Cristo é conforme a ordem de Melquisedeque. Encontramos também que, agora, todos somos sacerdotes: “Vós sois sacerdócio real, povo escolhido, nação santa...” Por isso, os irmãos da igreja dos apóstolos parilhavam 100% de suas posses, doando-se uns aos outros e “não havia necessitado entre eles”!

Mas diz também que “Digno é o trabalhador do seu salário”, alguém poderá contradizer! Sim, esse texto se refere a quem faz o trabalho de Deus. O trabalhador, aquele que realmente trabalha. Não diz, o que tem direito a receber dízimos e ofertas, não diz o que tem graduação teológica, não diz o que é recomendado por nós pela Organização... Diz apenas: trabalhador.

 

Desvio de dízimos por EGW

EGW desviou dízimos, sim! Tanto os dela como de outros irmãos que já não confiavam nos administradores de sua época, que, digo, eram imensamente mais santos e justos  que os de hoje. Ela não condenou as pessoas que não confiavam seus dízimos a eles, em vez disso, recebia-os, destinava-os e ainda prestava relatório aos doadores.

Lá no inicio de nossa igreja havia muita compreensão, liberdade e misericórdia. Eles que podiam, por sua vida irrepreensível e santa, condenarem não agiam, assim. Hoje, onde não vemos mais pessoas com alguma moral, com alguma santidade, presenciamos opressão, chantagem (quem não dá dízimos não recebe cargos), condenação.

O que é justo é justo, irmãos. Está na cara, está estampado diante de nossos olhos. Não vai ser uma tradição, um medo fundado no costume, uma história milagrosa em que o próprio Deus teria demonstrado que o dízimo ser entregue à Associação, que irá obrigar você a dizimar ou ofertar para o trabalhador errado, do qual você se tornará cúmplice pelo mal uso do dinheiro de Deus.

Se continuar sustentando o atual sistema com seus dízimos e ofertas, empurrará pastores que você ama ao mais profundo inferno e, pior, fará companhia para eles no lago que arde como fogo e enxofre.

Que milagres de Deus acontecem e nos sugerem que devemos apoiar a Obra de Deus com 10, 20, 30 e até 100% de nossos recursos, é verdade. Dez por cento é o mínimo sugerido por Deus. Mas, irmãos, “não sejais meninos no juízo”, diz a Bíblia. Usemos a inteligência que Deus nos deu. Façamos justiça. Sejamos guiados pelo abnegado Espírito de Cristo, pois “quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Guiar-nos-ia o Espírito Santo a entregar dízimos e ofertas para serem péssima e injustamente administrados?

 

E você, santinho? 

Alguns me perguntam. “E você, quando era pastor, porque devolvia os dízimos e era sustentado por eles?”

Respondo a estes que primeiro, pastor adventista nenhum devolve dízimos, apesar de que os levitas tinham de fazê-lo. Os pastores e colportores não têm a chance de serem fiéis ou não. A árvore da ciência do bem e do mal, do amado pastor Bullón (que muito considero e já até discuti por ele aqui com o Robson) está sem frutos para se comer lá na Associação, peladinha da silva. Os tesoureiros arrancam tudo antes, para que não caiamos em tentação...

O dízimo já vem descontado na folha de pagamento. Uma lástima, uma perfeita demonstração de que quem manda mesmo na Igreja, não são os pastores, não são os departamentais, nem associação geral, muito menos Jesus, o favelado que não tinha onde dormir. Quem manda nos escritórios da IASD é o materialismo que exerce seu super-poder pelas mãos de seus súditos, os tesoureiros.

Prova disto? Veja o currículo do Ruy Nagel (presidente da Divisão Sul Americana). Só foi tesoureiro e mexeu com contas... Não se demonstra poder de Deus, dignidade espiritual, envergadura divina, para ser Presidente na IASD... O homem, eleito pelos homens, tem em seu currículo quase que apenas tesouraria, administração e contas.

Segundo, respondo que, quando fui pastor, o salário que recebia destinava-o quase todo ao evangelismo. Considerava meu salário como uma verba para o evangelismo. Não fiquei com um centavo. Não acumulei. Não comprei nada de que me lembro. Olhava para minha casa, melhor que dos irmãos e sentia ser aquilo muito errado. Vivia em conflito quanto a isso, tanto que já relatei minha experiência ao dar uma santa ceia, no artigo do lava-pés.

Terceiro, que creio que Deus quis que eu saísse para não ser corrompido pelo Sistema. Pois desde o teológico a gente vê a degradação ocorrendo e cada vez mais a dessemelhança com a simplicidade, sacrifício, economia e abnegação de Cristo.

Mordomia combina com mordomia. Dízimos deveria combinar com amor a obra de Deus e ao próximo desamparado. Exaltemos a Cristo através de conscienciosa aplicação de nossos dízimos e ofertas, queridos!

Amemos nossos pastores, principalmente os tesoureiros, e até que eles não cumpram o dever de se tornarem servos da Igreja e não senhores, até que adotem os critérios de Crsito, a cabeça da Igreja, como praxes, até que estabeleçam salários de servos e não de senhores e reis, devolvamos para quem o Deus da justiça e do amor indique! Sodré Gonçalves, autor da série de artigos: Nova Avaliação Geral da IASD, publicada em maio, sobre vários tópicos.

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